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                         Porter & Kramer (2002)  consideram que investir em actividades filantrópicas
                  pode ser a única forma de melhorar o contexto competitivo da empresa e normalmente
                  cria maior valor social do que os contributos individuais. A razão apresentada, que se

                  opõe  à  de  Friedman,  é  que  a  empresa  tem  o  conhecimento  e  os  recursos  para  uma

                  melhor  compreensão  de  como  resolver  alguns  problemas  relacionados  com  a  sua
                  missão. Ou seja, quando as actividades filantrópicas estão mais próximas da missão da

                  empresas, elas criam mais valor do que outro tipo de acções (Burke & Lodgson, 1996).
                  Por exemplo, quando a empresa  se debate com  a  falta de  mão-de-obra especializada

                  numa  determinada  área,  pode  realizar  donativos  e  apoiar  actividades  sociais  que
                  permitam  a  aquisição  e/ou  o  reforço  dessas  competências  entre  os  membros  da

                  comunidade (Rego et al., 2007b).

                          (b) uma visão baseada nos recursos naturais e nas suas capacidades dinâmicas.
                         Uma visão baseada nos recursos da empresa (Barney, 1991; Wernerfelt, 1984)

                  sustenta  que  a  capacidade  da  empresa  para  um  desempenho  melhor  do  que  a
                  concorrência  depende  da  interacção  entre  a  organização,  os  recursos  humanos  e  os

                  recursos físicos ao longo do tempo.

                         Tradicionamente, os recursos que são mais susceptíveis de conduzir a vantagens
                  competitivas são aqueles que respeitam quatro critérios: eles devem ser valiosos, raros e

                  inimitáveis e a empresa deve estar organizada para utilizá-los de uma forma eficaz.
                         A  abordagem  das  capacidades  dinâmicas  apresenta  o  aspecto  dinâmico  dos

                  recursos,  está  focalizada  nos  factores  que  estão  detrás  da  criação,  evolução  e

                  recombinação dos recursos em novas  fontes de vantagens competitivas (Teece et al.,
                  1997).

                         As capacidades dinâmicas são rotinas estratégicas e organizacionais através das
                  quais  os  gestores  adquirem  recursos,  modificam-nos  e  recombinam-nos  para  gerar

                  novas estratégias de criação de valor. De acordo com esta perspectiva, alguns autores
                  têm  identificado os recursos sociais e éticos que podem proporcionar uma  vantagem

                  competitiva, tais como o processo de tomada de decisão moral (Petrick & Quinn, 2001),

                  o processo de percepção, deliberação e receptividade ou capacidade de adaptação (Litz,
                  1996)  e  o  desenvolvimento  de  um  bom  relacionamento  com  as  principais  partes

                  interessadas:  colaboradores,  clientes,  fornecedores  e  a  comunidade  (Harrison  &  St.


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                    Vide PORTER, Michael & KRAMER, Mark (2002a) – “The competitive advantage of corporate
                  philanthropy” in Harvard Business Review, Boston, pp.5-16.


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