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P         perguntar se alguma vez fazia algo porque efetivamente queria fazê-lo. Talvez tudo
          P

                  o que fizesse fosse apenas para evitar que os outros o censurassem, ficassem
                  desapontados, ou até mesmo morressem. Ele não            estava procurando a    felicidade;
                  estava constantemente evitando o oposto dela - uma tarefa interminável.
                  O Dr. Smith decidiu que não queria continuar a viver baseado na máxima "Quero
                  fazer tudo para evitar a crítica dos outros". Ele precisava de um novo lema. Queria
                  fazer as coisas por realmente desejar fazê-las. No entanto, para saber o que
                  queremos, precisamos saber o que sentimos. O Dr. Smith passou a              ter um novo
                  motivo para fazer terapia. Ele não vinha mais às sessões para descobrir como evitar
                  que a mulher fosse infeliz com ele e sim para tentar compreender como ele mesmo
                  poderia ser feliz. Parou de tentar modificar a mulher e começou a investir na própria
                  mudança. Este é o papel do arrependimento na terapia.
                  Curiosamente, a mulher do Dr. Smith já não se queixa tanto dele. Quanto mais ele
                  toma contato com seus próprios sentimentos, mais fala a respeito deles com a
                  mulher, o que cria intimidade entre o casal. Na verdade, o que ela mais queria era
                  saber como ele se sentia a respeito da vida dos dois.
                  Quase todas as pessoas acham que arrepender-se            significa sentir-se mal quando
                  procedem errado. O arrependimento para elas é uma autopunição ou um sentimento
                  de culpa que merecemos por fazer o que não deveríamos ter feito. Jesus não via o
                  arrependimento dessa maneira. Embora o          filho indisciplinado na parábola do filho
                  pródigo sinta-se mal e insista em afirmar que pecou contra o pai, Jesus mostra que o
                  pai não se prende a esses sentimentos de culpa e alegra-se apenas por uma coisa:
                  o filho mudou de idéia e voltou para casa. De acordo com Jesus, o ato de
                  arrependimento do filho não aconteceu quando ele implorou o perdão do pai e sim
                  quando decidiu mudar de vida e voltar para casa. O        que fez diferença foi o fato de
                  ele ter mudado de idéia e de atitude.
                  A palavra grega para "arrependimento" na Bíblia é metanoia, que significa "mudar de
                  idéia". É estar percorrendo um caminho em uma direção e decidir inverter o rumo e
                  seguir por um caminho totalmente novo. Jesus falava sobre o arrependimento neste
                  sentido. Ele não queria fazer as pessoas se sentirem mal a respeito de si mesmas;
                  ele queria ajudá-las a mudar. É a mesma coisa que os terapeutas procuram fazer
                  quando os pacientes os procuram.
                  O arrependimento desempenha o mesmo papel na psicoterapia. É preciso perceber
                  a necessidade de mudar para que a terapia funcione. Para crescer tanto espiritual
                  quanto psicologicamente temos de modificar a nossa maneira de pensar e de agir.



                   PRINCÍPIO ESPIRITUAL: As pessoas sábias estão sempre preparadas para mudar
                                           de idéia e de atitude; as tolas, jamais.
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