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P este motivo que o pai na parábola quis dar uma festa apenas por ver o filho fazendo
P
um movimento em sua direção.
Uma das verdades espirituais da psicoterapia é que a meta não é chegar, mas fazer
um movimento. O sucesso na terapia não consiste em alcançar o interior do círculo
da saúde mental; consiste na capacidade de fazer um movimento em direção às
outras pessoas. Os pacientes que compreendem isso aproveitam melhor a terapia e
conseguem entender por que o pai do filho pródigo deu uma festa para comemorar o
movimento de volta.
PRINCÍPIO ESPIRITUAL: Pecado é afastar-se de Deus e dos outros.
O PAPEL DO ARREPENDIMENTO NA TERAPIA
"Arrependei vos e acreditai nas boas novas!"
Marcos 1:15
O Dr. Smith veio fazer terapia por causa de um ultimato da esposa. Ele era um
cirurgião bem-sucedido, mas um fracasso como marido. Sua mulher vivia se
queixando dele e via a terapia como uma oportunidade de mudar as coisas. Ele me
procurou porque se sentia mal em seu relacionamento com ela e não sabia mais o
que fazer.
Os cirurgiões precisam ser muito precisos no seu trabalho. O Dr. Smith era enérgico
com sua equipe de enfermagem por uma ótima razão: as pessoas podiam morrer se
eles cometessem erros. Infelizmente, a mesma precisão e nível de exigência que
faziam dele um profissional de sucesso estavam prejudicando o seu casamento. O
Dr. Smith sentia-se mal porque a mulher era infeliz no casamento, mas considerava
as queixas dela ilógicas e não acreditava que fossem causadas pelo relacionamento
dos dois. Ele era fiel, proporcionava uma vida confortável à família e estava sempre
atento às necessidades dos filhos. Considerava-se uma pessoa aberta para mudar
de opinião a respeito de qualquer coisa que estivesse aborrecendo a mulher, desde
que ela conseguisse lhe mostrar onde o pensamento dele estava errado.
A verdadeira terapia do Dr. Smith só começou muito tempo depois da nossa primeira
sessão, quando já fazia vários meses que vinha regularmente ao meu consultório.
Durante uma determinada sessão, quando discutíamos as queixas que a mulher
tinha dele, o Dr. Smith explodiu, frustrado, dizendo o seguinte:
- Por que ela não me deixa em paz? Será que terei que passar o resto da minha vida
com alguém pegando no meu pé?
- Não sei - respondi. -Você sempre teve alguém na vida pegando no seu pé?
- Sempre - ele respondeu sem graça. - Nada que eu fazia era bastante bom para o
meu pai, e agora eu tenho que agüentar a mesma droga da parte da minha mulher.
Por que todo mundo acha que eu tenho que ser perfeito?
De repente o Dr. Smith compreendeu. Trabalhar com rigor e precisão fazia dele um
melhor cirurgião na clínica, mas em casa ele precisava agir de modo diferente. Na
verdade, ele não estava investindo na felicidade de seu casamento; estava apenas
tentando evitar que lhe "pegassem no pé". Estava usando a mesma estratégia que
aprendera quando criança para evitar as críticas do pai. O Dr. Smith começou a se