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P fundiram o perfeccionismo moral com a retidão espiritual e definiram a
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espiritualidade em função do número de coisas das quais se abstinham, como
fumar, beber e praguejar. Mas às vezes são exatamente as pessoas que se
empenham em parecer perfeitas as mais culpadas de pecado.
A palavra grega traduzida como "perfeito" nessa passagem também pode ser
traduzida por "maduro". Quando soube disso, eu me senti muito melhor. Sei que
jamais serei perfeito, mas acredito que posso continuar a crescer. Ter maturidade
significa reconhecer que vamos continuar a pecar, mas seremos capazes de rever
nossas ações e corrigi-las. Fingir ser impecável é na verdade um sinal de
imaturidade. Jesus não definiu a maturidade espiritual como a ausência de
imperfeições e sim como presença da força.
Eis como interpreto os ensinamentos de Jesus: não nos sentimos mais amados
porque somos perfeitos; desejamos ficar mais maduros porque nos sentimos
amados.
PRINCÍPIO ESPIRITUAL: O perfeccionismo é uma máscara e não uma meta.
O PECADO É UM PROBLEMA PESSOAL
"Se o teu irmão pecar contra ti, repreende-o, e se ele se arrepender, perdoa-o.”
Lucas 17:3
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Jesus dizia que pecar significava cometer um erro. Mas ele estava mais interessado
nos relacionamentos destruídos por causa dessas falhas do que nos erros
propriamente ditos. Por isso ele perdoava as pessoas com facilidade. Para ele, o
relacionamento, e não o erro, era o problema principal.
Laila e Kerry eram amigas e trocavam confidências a respeito da sua vida pessoal.
Laila achava óbvio que as confidências ficassem entre as duas, por isso ficou
indignada quando soube que Kerry tinha contado a uma amiga comum os detalhes
de uma experiência que ela lhe confiara. A intenção não fora de trair a amiga, mas
Laila concluiu que não podia mais confiar em Kerry e passou a falar mal dela, como
se estivesse tentando pagar na mesma moeda.
A relação entre as duas ficou insustentável. Por mais que os outros amigos
tentassem reaproximá-las, foi em vão. Ninguém na verdade sabia por que elas se
detestavam tanto, mas estava claro que esta era a realidade. Laila e Kerry
continuaram a alimentar a desavença porque estavam fazendo a pergunta errada. A
questão não era "Quem começou a briga?" e sim "Quem está fazendo com que a
briga continue?".
Kerry tinha cometido um erro. Laila tinha o direito de estar magoada e zangada. Mas
para Jesus a questão ligada ao pecado não é o que foi feito no passado, mas as
providências que podem ser tomadas hoje para resolver o problema. Laila e Kerry
mantiveram o pecado ativo porque ambas estavam mais preocupadas em se
proteger do que em corrigir o ressentimento existente entre elas.