Page 127 - As Crônicas de Nárnia - Volume Único
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Logo no primeiro dia (juntamente com muitas outras instruções), tinha dito
para Susana e Pedro:
– ...E lembrem-se bem: saiam do caminho quando eu estiver
mostrando a casa!
– Como se a gente fosse perder tempo andando atrás dum bando de
gente grande! – resmungou Edmundo.
Foi assim que as aventuras começaram outra vez.
Alguns dias depois, estavam Pedro e Edmundo contemplando as
armaduras, doidos para desmontá-las, quando as duas meninas entraram na
sala como um vendaval:
– Atenção! Aí vem a governanta com um batalhão atrás dela!
– Ordinário, marche! – comandou Pedro. E fugiram pela porta do
fundo. Mal tinham penetra do na sala verde, e depois na biblioteca,
ouviram vozes mais adiante, pois a governanta havia conduzido os turistas
pela escada dos fundos. Assim, ou porque já estivessem meio avoados, ou
porque D. Marta estivesse de pé atrás deles, ou ainda por alguma força
mágica que os impelia para Nárnia – o certo é que se sentiram perseguidos
em toda parte, e Susana exclamou:
– Ora! Vamos para a sala do guarda-roupa até eles passarem. Lá não
vai ninguém.
Mal tinham acabado de entrar, ouviram vozes no corredor, e viram a
maçaneta da porta mover-se.
– Depressa! – disse Pedro. – Não temos outro lugar. – E abriu de
repente o guarda-roupa. Amontoaram-se os quatro lá dentro, sentando-se
ofegantes no escuro. Pedro segurou a porta encostada, mas não a fechou
completamente: como todas as pessoas de juízo, sabia muito bem que
nunca devemos nos fechar dentro de um guarda-roupa.