Page 130 - As Crônicas de Nárnia - Volume Único
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caminho piorava; por fim, deram com a porta da caverna do Sr. Tumnus.
                  Mas aí esperava-os uma triste surpresa.

                         A  porta  fora  arrancada  e  partida  em  pedaços.  Dentro  da  caverna,
                  estava  escuro,  frio,  úmido,  desagradável,  como  se  o  local  estivesse
                  desabitado havia vários dias. A neve entrava pela porta e amontoava-se no
                  chão, misturando-se com as lenhas mal queimadas e a cinza da lareira. Era
                  como se alguém tivesse espalhado a cinza pelo chão para apagar as chamas
                  das lenhas. A louça estava toda partida, e o retrato do pai do fauno fora
                  esfaqueado e dilacerado.

                         – Bonito trabalho! – exclamou Edmundo. – Valeu a pena ter vindo
                  aqui!

                         – Que é isso? – falou Pedro, ao ver um pedacinho de papel pregado
                  no tapete.
                         – Tem alguma coisa escrita? – perguntou Susana.

                         – Acho que tem, mas não consigo ler com esta luz. Vamos para fora.

                         Saíram todos. Pedro leu o seguinte:

                         O  antigo  inquilino  deste  prédio,  o  fauno  Tumnus,  está  preso,
                         aguardando  julgamento,  acusado  de  crime  de  alta  traição  contra
                         Sua  Majestade  Imperial ]adis,  Rainha  de  Nárnia,  Castelã  de  Cair
                         Paravel, Imperatriz das Ilhas Solitárias, etc. É acusado outrossim de
                         auxílio aos inimigos da supracitada Majestade, abrigando espiões e
                         confraternizando-se com humanos.

                                MAUGRIM, Comandante-Chefe da Polícia Secreta.
                                                      VIVA A RAINHA!

                         Os quatro meninos olharam uns para os outros.

                         –  Esta  terra  não  está  me  agradando  nem  um  pouquinho  –  disse
                  Susana.

                         – Quem é essa rainha, Lu? – perguntou Pedro. – Sabe alguma coisa a
                  respeito dela?
                         – Não é rainha nada. É uma feiticeira horrorosa, a Feiticeira Branca.
                  É muito odiada no bosque. Foi ela quem encantou as terras de Nárnia, para
                  que aqui seja sempre inverno, e o Natal não chegue nunca.

                         –  Eu...  só  queria  saber  uma  coisa:  de  que  adianta  seguirmos  em
                  frente?  –  disse  Susana.  –  Quer  dizer...  acho  que  não  é  muito  seguro...  e
                  pode até não ter graça nenhuma. E depois, está ficando cada vez mais frio...
                  e não temos nada para comer. Vamos para casa?
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