Page 134 - As Crônicas de Nárnia - Volume Único
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Fez um sinal para que fossem encontrar-se com ele na parte mais
cerrada do bosque, e desapareceu novamente.
– Já sei o que é – disse Pedro –, é um castor. Conheço pela cauda.
– E quer que a gente vá lá; avisou para ninguém fazer barulho – disse
Susana.
– Isso eu entendi – falou Pedro. – O problema é este: vamos ou não
vamos? Qual a sua opinião, Lu?
– Acho que é um bonito castor – respondeu ela, com simplicidade.
– Bem, mas como é que vamos saber... – começou Edmundo.
– Temos de correr o risco! – afirmou Susana. – Não adianta nada
ficarmos aqui parados. Além disso, acho que está na hora do jantar.
Mal disse isso, o castor, atrás das árvores, já acenava para eles com
certa aflição.
– Venham! – comandou Pedro. – Vamos ver no que vai dar. Mas
todos juntos.
Nós podemos com ele, se for um inimigo.
As crianças seguiram muito juntas, passaram para o outro lado e
chegaram perto do castor. Mas o animalzinho, atraindo-os mais para o meio
da floresta, só lhes disse num sussurro rouco e gutural:
– Mais para frente, mais para frente! Aqui está bem. Ali na clareira
era meio perigoso.
Estavam agora num lugar sombrio, onde cresciam quatro árvores tão
juntas que os ramos se tocavam; e o chão estava coberto de agulhinhas de
pinheiro, porque ali a neve não entrava. O castor falou:
– Vocês é que são os Filhos de Adão e as Filhas de Eva?
– Somos sim – respondeu Edmundo.
– Psssiu! – fez o castor. – Por favor, não fale tão alto. Nem aqui
estamos muitos seguros.
– Mas... de que é que o senhor tem medo? – perguntou Pedro. –
Estamos sozinhos aqui.
– E as árvores? – respondeu o castor. – Estão sempre escutando.
Quase todas estão do nosso lado, mas há outras que são capazes de contar
para ela. Já entenderam de quem estou falando... – E abanou a cabeça
várias vezes.
– Se vamos começar a falar em partidos – observou Edmundo –,
como é que vou saber se o senhor é amigo ou inimigo?