Page 139 - As Crônicas de Nárnia - Volume Único
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                                                                  DEPOIS DO JANTAR







                  – E agora quer nos contar o que aconteceu ao Sr. Tumnus? – pediu Lu.

                         – Ah, é uma triste história – respondeu o Sr. Castor. – Muito triste
                  mesmo.  Mas  não  há  dúvida  de  que  foi  levado  pela  polícia.  Quem  me
                  contou foi um passarinho, que assistiu à cena.

                         – Mas para onde é que o levaram?
                         – Bem, iam em direção ao norte, quando os viram pela última vez; e,
                  infelizmente, todos sabem o que isso significa.

                         – Nós não sabemos – disse Susana, enquanto a Sra. Castor balançava
                  a cabeça com uma expressão sombria.

                         – Infelizmente significa que o levaram para a casa dela.

                         – E o que vão fazer com ele, Sr. Castor? – perguntou Lúcia, aflita.

                         –  Bem  –  disse  o  castor  –,  nunca  se  sabe  exatamente.  Mas  poucos
                  podem dizer que lá entraram e de lá conseguiram sair. Estátuas! Dizem que
                  está tudo cheio de estátuas de pedra: o pátio, a escadaria, o saguão. Seres
                  que ela transformou... – Fez uma pausa e estremeceu. – Que transformou
                  em estátuas de pedra.
                         – Mas, Sr. Castor, não podemos... quero dizer, temos de fazer tudo
                  para salvá-lo. É terrível... por minha causa!

                         –  Tenho  a  certeza  de  que  você  iria  salvá-lo,  se  pudesse,  minha
                  menina  –  disse a  Sra.  Castor.  – Mas  como  vai  fazer para entrar naquela
                  casa, contra a vontade dela, e sair de lá com vida?

                         –  Mas  a  gente não pode dar  um  jeito? – perguntou  Pedro. –  Quer
                  dizer, se a gente for disfarçado de... sei lá... de vendedores ambulantes ou
                  de qual quer outra coisa... esperar que ela saia de casa... ou... Puxa vida! A
                  gente tem de achar um jeito. O fauno arriscou-se para salvar minha irmã,
                  Sr.  Castor!  Não  podemos  abandoná-lo  assim,  deixar  que  façam  com  ele
                  uma coisa dessas!

                         – Não vale a pena, Filho de Adão! – disse o castor. – Nem vale a
                  pena experimentar. Agora que Aslam está a caminho...
                         – Ah, é, fale de Aslam! – disseram as crianças em coro. Pois, mais
                  uma  vez,  tinham  sido  envolvidas  por  aquela  estranha  sensação  que
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