Page 139 - As Crônicas de Nárnia - Volume Único
P. 139
8
DEPOIS DO JANTAR
– E agora quer nos contar o que aconteceu ao Sr. Tumnus? – pediu Lu.
– Ah, é uma triste história – respondeu o Sr. Castor. – Muito triste
mesmo. Mas não há dúvida de que foi levado pela polícia. Quem me
contou foi um passarinho, que assistiu à cena.
– Mas para onde é que o levaram?
– Bem, iam em direção ao norte, quando os viram pela última vez; e,
infelizmente, todos sabem o que isso significa.
– Nós não sabemos – disse Susana, enquanto a Sra. Castor balançava
a cabeça com uma expressão sombria.
– Infelizmente significa que o levaram para a casa dela.
– E o que vão fazer com ele, Sr. Castor? – perguntou Lúcia, aflita.
– Bem – disse o castor –, nunca se sabe exatamente. Mas poucos
podem dizer que lá entraram e de lá conseguiram sair. Estátuas! Dizem que
está tudo cheio de estátuas de pedra: o pátio, a escadaria, o saguão. Seres
que ela transformou... – Fez uma pausa e estremeceu. – Que transformou
em estátuas de pedra.
– Mas, Sr. Castor, não podemos... quero dizer, temos de fazer tudo
para salvá-lo. É terrível... por minha causa!
– Tenho a certeza de que você iria salvá-lo, se pudesse, minha
menina – disse a Sra. Castor. – Mas como vai fazer para entrar naquela
casa, contra a vontade dela, e sair de lá com vida?
– Mas a gente não pode dar um jeito? – perguntou Pedro. – Quer
dizer, se a gente for disfarçado de... sei lá... de vendedores ambulantes ou
de qual quer outra coisa... esperar que ela saia de casa... ou... Puxa vida! A
gente tem de achar um jeito. O fauno arriscou-se para salvar minha irmã,
Sr. Castor! Não podemos abandoná-lo assim, deixar que façam com ele
uma coisa dessas!
– Não vale a pena, Filho de Adão! – disse o castor. – Nem vale a
pena experimentar. Agora que Aslam está a caminho...
– Ah, é, fale de Aslam! – disseram as crianças em coro. Pois, mais
uma vez, tinham sido envolvidas por aquela estranha sensação que