Page 144 - As Crônicas de Nárnia - Volume Único
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– Não entendi – disse Lúcia.
– E isso mesmo, menina. O que ela quer é apanhar os quatro: está
sempre pensando nos quatro tronos de Cair Paravel. Se insistem em ir
procurá-la, só vão ajudá-la a conseguir o que quer. É chegar lá e, antes de
abrirem a boca, são mais quatro estátuas de pedra acrescentadas à coleção.
Mas, pelo contrário, enquanto Edmundo for o único, ela há de querê-lo
vivo, para servir-se dele como isca.
– Mas não há ninguém que possa ajudar a gente?
– Só Aslam – sentenciou o Sr. Castor. – Vamos procurá-lo. É a nossa
única esperança.
– Meus filhos – disse a Sra. Castor –, o importante, para mim, é saber
em que momento o irmão de vocês escapuliu. Conforme o que ouviu,
podemos saber o que foi contar. Vejamos: já tínhamos falado de Aslam
quando ele saiu? Se não, podemos ficar tranqüilos, uma vez que ela não
sabe que Aslam já está em Nárnia, ou que nós vamos encontrá-lo...
– Acho que já não estava aqui quando falamos de Aslam... – disse
Pedro, logo interrompido por Lúcia.
– Estava, sim – contrariou ela, tristemente. – Não se lembra? Foi ele
quem perguntou se a feiticeira não podia transformar Aslam em estátua.
– É verdade! – disse Pedro. – E é mesmo o tipo de pergunta que ele
costuma fazer.
– Então estamos fritos – disse o Sr. Castor. – Mas, vejamos: ele ainda
estava presente quando eu disse que o ponto de encontro com Aslam era a
Mesa de Pedra?
Ninguém soube responder.
– O negócio é o seguinte: se ele estava aqui e foi contar à feiticeira –
continuou o castor –, ela imediatamente vai disparar com seu trenó na
direção da Mesa de Pedra e colocar-se em nosso caminho. E o que ela quer:
impedir o nosso contato com Aslam.
– Está certo, mas, se a conheço bem – disse a Sra. Castor –, não é
isso que ela vai fazer primeiro. Quando Edmundo disser que estamos aqui,
é capaz de sair em disparada para agarrar a gente ainda esta noite; como ele
já saiu há meia hora, é bem provável que ela esteja aqui dentro de uns vinte
minutos.
– Tem toda a razão, Sra. Castor – disse o marido. – Temos de cair
fora imediatamente. Não há tempo a perder.