Page 133 - As Crônicas de Nárnia - Volume Único
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                                                   UM DIA COM OS CASTORES







                  Assim  conversavam  os  dois  meninos,  em  voz  baixa,  quando  as  meninas
                  gritaram ao mesmo tempo:

                         – Oh! – E depois pararam.

                         – O pintarroxo! O pintarroxo sumiu!
                         – Que vamos fazer agora? – perguntou Edmundo, lançando a Pedro
                  um olhar que significava:

                         “Que é que eu falei?”

                         – Psiu! Olhem ali! – disse Susana. – Tem uma coisa ali se mexendo,
                  no meio das árvores. Mais para lá.

                         Olharam todos com atenção, meio desconfiados.
                         – Está lá de novo – tornou Susana.

                         – Ah, agora eu vi – disse Pedro. – Está ali atrás daquela árvore.

                         – Mas o que é? – perguntou Lúcia, fazendo grande esforço para não
                  parecer medrosa.

                         – Seja lá o que for – disse Pedro –, está se escondendo de nós. Acho
                  que não quer ser visto.
                         –  Vamos  para  casa  –  suplicou  Susana.  E,  embora  ninguém  se
                  atrevesse a dizê-lo, todos compreenderam de repente aquilo que Edmundo
                  segredava a Pedro no fim do capítulo anterior. Estavam irremediavelmente
                  perdidos.

                         – Como é ele? – perguntou Lúcia.

                         –  É  um  bicho  qualquer  –  respondeu  Susana.  –  Olhe,  depressa!  Lá
                  está ele!

                         E todos o viram desta vez: focinho peludo, grandes bigodes, parecia
                  espreitá-los por detrás das árvores. Não fugiu logo, pelo contrário, levou a
                  pata à boca, como fazem as pessoas quando põem um dedo nos lábios para
                  nos dizer que devemos ficar em silêncio. E desapareceu de novo. Eles mal
                  respiravam. Um minuto depois, tornou a sair do abrigo atrás das árvores,
                  olhou em volta, com medo de que alguém o visse, e disse:

                         – Silêncio!
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