Page 132 - As Crônicas de Nárnia - Volume Único
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– Não se perde nada experimentando.

                         De  fato,  o  pintarroxo  parecia  compreender  tudo  perfeitamente.
                  Saltando de ramo em ramo, ia sempre uns metros à frente, para ser seguido
                  sem dificuldade. E assim foi servindo-lhes de guia pela encosta abaixo. As
                  nuvens se abriram e surgiu um belo sol de inverno; em volta, a neve tomou
                  um brilho deslumbrante. Havia quase meia hora que caminhavam, as duas
                  meninas sempre na frente, quando Edmundo disse para Pedro:

                         – Se por acaso você puder descer desse pedes tal para falar comigo,
                  tenho uma coisa séria para lhe dizer.

                         – Que coisa? – perguntou Pedro.
                         –  Psiu!  Não  fale  tão  alto;  não  vale  a  pena  assustar  as  meninas.
                  Pensou bem no que estamos fazendo?

                         – O quê? – disse Pedro, baixando a voz num murmúrio.

                         – Estamos indo atrás de um guia que não sabemos quem é. Como
                  vamos saber de que lado está o passarinho? Quem pode dizer se ele não
                  está levando a gente para alguma armadilha?

                         –  Que  idéia  boba!  Além  disso,  você  está  vendo,  trata-se  de  um
                  pintarroxo.  Em  todas  as  histórias que li, os pintarroxos  são sempre  bons
                  sujeitos.

                         Ele nunca ficaria do lado errado.
                         – Ah, é assim? E como vamos saber qual é o lado errado? Como é
                  que vamos saber se os faunos estão do lado certo e a rainha (sei, sei, já
                  disseram que ela é feiticeira) está do lado errado?

                         A gente não conhece os faunos e não conhece a rainha!

                         – O fauno salvou Lúcia.
                         – É o que ele disse. Mas podemos mesmo saber? Outra coisa: quem é
                  que sabe qual é o caminho de volta?

                         – Puxa vida! – exclamou Pedro. – Não me lembrei disso!

                         – E não há comida à vista! – concluiu Edmundo.
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