Page 22 - As Crônicas de Nárnia - Volume Único
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Então Digory contou a Polly de que maneira torpe tio André os
levara até ali.
– Que vamos fazer agora? – perguntou a menina. – Pegar o
porquinho e ir para casa?
– Não temos pressa – respondeu Digory, com um grande bocejo.
– Acho que temos. Este lugar é calmo demais... É tão... tão feito
sonho. Você está quase dormindo. Se a gente se entrega, cai por aqui
mesmo e passa a vida toda cochilando.
– Pois estou gostando muito daqui – disse Digory.
– Eu também, mas precisamos ir embora. – Polly levantou-se e
começou a caminhar cautelosamente na direção do porquinho-da-índia.
Porém mudou de idéia. – Acho que devemos deixar o porquinho. Está todo
feliz; se a gente levar o bichinho de volta, seu tio vai fazer algo horrível
com ele.
– Aposto que sim, pelo jeito que nos tratou! Aliás, como é que
vamos voltar para casa?
– Mergulhando outra vez no lago, eu acho. Foram os dois para a
beira do lago e puseram-se a olhar as águas calmas, que refletiam com
profusão os ramos verdes e folhudos. Parecia um lago muito fundo.
– Não temos roupas de banho – disse Polly.
– Deixe de ser boba, não precisamos de roupas de banho – replicou
Digory. – Podemos pular assim mesmo; já esqueceu que a gente não se
molha? – Sabe nadar?
– Um pouquinho. E você? – Bem... mais ou menos.
– Acho que não vai ser preciso nadar – disse Digory. – Nós
queremos é ir para baixo, não é? Nenhum deles achava muito simpática a
idéia de pular no lago, mas ninguém disse nada. Deram-se as mãos e
contaram: “Um... dois... três... já” – e pularam.
Foi aquela pancada na água. Quando abriram os olhos viram que
ainda se encontravam, de mãos dadas, no bosque verde, com a água dando
nos calcanhares. Parecia que o lago não tinha mais do que um palmo de
fundura. Os dois saíram outra vez para a terra seca.
– Que é que está errado, ora essa?! – disse Polly com a voz
assustada, mas não muito, pois era praticamente impossível sentir medo
naquele mundo demasiadamente calmo.
– Ah, já sei – disse Digory. – É claro que não podia dar certo. Ainda
estamos usando os nossos anéis amarelos, que só valem para a viagem de
vinda. É o verde que leva para casa. Precisamos trocar de anéis. Tem