Page 285 - As Crônicas de Nárnia - Volume Único
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LIÇÃO DE SABEDORIA PARA BRI
Olhando para o tanque, o eremita pôde contar para Aravis e os cavalos
que Shasta não fora morto nem ferido, e de que maneira afetuosa fora
recebido pelo rei Luna. Mas como só podia ver a distância, e o tanque não
reproduzia sons, ignorava as palavras pronunciadas. Já não valia a pena
olhar para as imagens do tanque, agora que a luta terminara.
Na manhã seguinte, enquanto o eremita permanecia dentro de casa, os
três discutiam o que deveriam fazer.
- Para mim já chega - disse Huin. - O eremita tem sido muito bom
para nós, e sou-lhe muito grata, mas estou ficando gorda como uma
potranquinha de estimação, comendo o dia inteiro sem fazer exercícios.
Devemos seguir para Nárnia.
- Hoje não, madame - disse Bri. - Não gosto de sair às pressas. Não
acha que a gente devia ficar mais um pouco?
- Antes de tudo precisamos encontrar Shasta para dizer adeus... e pedir
desculpas - disse Aravis.
- Isso mesmo! - falou Bri, com grande entusiasmo. - Era o que eu ia
dizer.
- É claro - concordou Huin. - Espero que ele continue em Anvar.
Damos uma passada lá e nos despedimos dele. Fica no caminho. Só não
entendo por que não partimos imediatamente. Afinal, acho que a intenção
de todos nós é chegar a Nárnia...
- Acho que sim - disse Aravis. Ao começar a imaginar o que faria
exatamente quando chegasse a Nárnia, a menina sentiu-se um pouco
sozinha.
- Naturalmente - foi logo dizendo Bri. - Mas não há necessidade de
sair às carreiras, se é que estão me entendendo.
- Pois não estou entendendo - replicou Huin. - Por que não quer ir?
- Bru-ru - murmurou Bri. - Bem, não está vendo, madame... trata-se de
uma ocasião importante... é a nossa volta à pátria... a entrada na
sociedade... a melhor sociedade... é imprescindível que
causemos uma boa impressão... o que talvez seja
difícil com a nossa aparência atual...