Page 374 - As Crônicas de Nárnia - Volume Único
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espinheiros  e  relva  e,  de  quando  em  quando,  salpicada  de  grandes
                  rochedos,  brancos  ao  luar,  desaparecendo  depois  numa  confusão  de
                  árvores. Era a colina da Mesa de Pedra, que Lúcia conhecia bem. Com um
                  tilintar de cotas de malha, os outros subiram atrás dela, continuando depois
                  atrás de Aslam.

                         – Lúcia! – chamou Susana, baixinho.

                         – Que é?

                         – Agora estou vendo Aslam. Desculpe-me.
                         – Não tem importância.

                         –  Mas  sou  muito  pior  do  que  você  pensa.  Acreditei  que  era  ele...
                  acreditei ontem mesmo... quando ele não queria que fôssemos pelo pinhal.
                  E  acreditei  também  hoje,  quando  você  nos  acordou.  Isto  é...  no  fundo
                  acreditei...  Ou  podia  ter  acreditado,  se  quisesse...  Mas  estava  com  tanta
                  pressa de sair da floresta... e... não sei como vou explicar. O que vou dizer
                  a ele agora?

                         – Talvez não precise dizer mais nada.

                         Não tardou que se encontrassem junto das árvores e vissem através
                  delas  o  Monte  de  Aslam,  construído  sobre  a  Mesa  de  Pedra,  já  tempos
                  depois do tempo deles.

                         – A guarda não está no posto – resmungou Trumpkin. – Já deviam
                  ter barrado a nossa marcha...
                         – Psiu! – fizeram os outros quatro, porque Aslam parará e, tendo-se
                  voltado, olhava para eles com um aspecto tão majestoso que todos ficaram
                  contentes, tão contentes quanto é possível a pessoas que sentem medo, e
                  tão cheios de medo quanto é possível a pessoas que se sentem contentes.
                  Os rapazes avançaram. Lúcia afastou-se para lhes dar passagem. Susana e o
                  anão recuaram.

                         – Aslam! – exclamou Pedro, pondo um joelho em terra e levantando
                  a pesada pata do Leão até tocar com ela no rosto. – Estou tão contente... e
                  tão triste! Desde que partimos que os tenho trazido por caminho errado, e
                  ontem foi pior do que nunca.

                         – Meu filho! – disse Aslam.

                         Depois voltou-se para Edmundo e deu-lhe as boas-vindas:
                         –  Muito  bem!  –  foram  as  suas  palavras.  –  Depois  de  um  silêncio
                  terrível, disse com voz grave: – Susana! – Susana não respondeu e pareceu
                  aos outros que estava chorando. – Você deixou que o medo a dominasse.

                  Venha,  deixe  que  sopre  sobre  você.  Esqueça  seus  receios.  Está  melhor
                  agora?
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