Page 378 - As Crônicas de Nárnia - Volume Único
P. 378
12
MAGIA NEGRA E REPENTINA VINGANÇA
Enquanto isso, Trumpkin e os dois meninos chegaram ao escuro arco
de pedra que levava ao interior do Monte, e os dois texugos que estavam de
sentinela (Edmundo só conseguiu distinguir as duas manchas brancas da
cara) saltaram sobre eles, de dentes arreganhados, grunhindo:
– Quem vem lá?
– Trumpkin! – respondeu o anão. – Trago comigo o Grande Rei de
Nárnia, vindo do passado.
Os texugos tocaram com os focinhos nas mãos dos meninos.
– Até que enfim! Até que enfim!
– Quer dar-nos uma tocha, amigo? – pediu Trumpkin.
Os texugos acenderam uma tocha, entregando-a ao anão.
– É melhor o N.C.A. ir na frente – disse Pedro – , já que não sabemos
o caminho.
Trumpkin empunhou a tocha e avançou pelo túnel escuro. Era um
lugar frio, cheio de teias de aranha; de vez em quando, um morcego
esvoaçava em redor da luz. Os meninos, que tinham vivido quase sempre
ao ar livre desde que deixaram a estação, tiveram a sensação de entrar
numa masmorra ou de cair numa armadilha.
– Pedro, repare naquelas coisas gravadas na parede – disse Edmundo
baixinho. – Parecem muito velhas e, apesar disso, somos muito mais velhos
do que elas. Ainda não existiam quando aqui estivemos.
O anão continuou a andar, virou à direita, depois à esquerda, desceu
alguns degraus e voltou a virar para a esquerda. Por fim avistaram luz à
frente, por baixo de uma porta. Tinham chegado à entrada do subterrâneo
central e, pela primeira vez, ouviram vozes. Vozes exaltadas, aliás. Alguém
falava tão alto que a chegada do anão e dos meninos passou despercebida.
– Hum!... Isto não está me agradando! – segredou Trumpkin para
Pedro. – Vamos escutar um pouco.
Ficaram imóveis do lado de fora da porta.
– Você sabe muito bem por que motivo não toquei a trompa naquela
madrugada — disse uma voz. (“É o rei”, segredou Trumpkin.) – Já se