Page 378 - As Crônicas de Nárnia - Volume Único
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                          MAGIA NEGRA E REPENTINA VINGANÇA






                         Enquanto isso, Trumpkin e os dois meninos chegaram ao escuro arco
                  de pedra que levava ao interior do Monte, e os dois texugos que estavam de
                  sentinela  (Edmundo só  conseguiu  distinguir  as  duas  manchas  brancas da
                  cara) saltaram sobre eles, de dentes arreganhados, grunhindo:

                         – Quem vem lá?

                         – Trumpkin! – respondeu o anão. – Trago comigo o Grande Rei de
                  Nárnia, vindo do passado.

                         Os texugos tocaram com os focinhos nas mãos dos meninos.
                         – Até que enfim! Até que enfim!

                         – Quer dar-nos uma tocha, amigo? – pediu Trumpkin.

                         Os texugos acenderam uma tocha, entregando-a ao anão.

                         – É melhor o N.C.A. ir na frente – disse Pedro – , já que não sabemos
                  o caminho.
                         Trumpkin  empunhou  a tocha  e  avançou pelo  túnel  escuro.  Era  um
                  lugar  frio,  cheio  de  teias  de  aranha;  de  vez  em  quando,  um  morcego
                  esvoaçava em redor da luz. Os meninos, que tinham vivido quase sempre
                  ao  ar  livre  desde  que  deixaram  a  estação,  tiveram  a  sensação  de  entrar
                  numa masmorra ou de cair numa armadilha.

                         – Pedro, repare naquelas coisas gravadas na parede – disse Edmundo
                  baixinho. – Parecem muito velhas e, apesar disso, somos muito mais velhos
                  do que elas. Ainda não existiam quando aqui estivemos.

                         O anão continuou a andar, virou à direita, depois à esquerda, desceu
                  alguns degraus e voltou a virar para a esquerda. Por fim avistaram luz à
                  frente, por baixo de uma porta. Tinham chegado à entrada do subterrâneo
                  central e, pela primeira vez, ouviram vozes. Vozes exaltadas, aliás. Alguém
                  falava tão alto que a chegada do anão e dos meninos passou despercebida.

                         –  Hum!...  Isto  não  está  me  agradando!  –  segredou  Trumpkin  para
                  Pedro. – Vamos escutar um pouco.
                         Ficaram imóveis do lado de fora da porta.

                         – Você sabe muito bem por que motivo não toquei a trompa naquela
                  madrugada  —  disse  uma  voz.  (“É  o  rei”,  segredou  Trumpkin.)  –  Já  se
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