Page 422 - As Crônicas de Nárnia - Volume Único
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– Sim – disse Lúcia. – E nenhum deles voltou.
– Isso mesmo. Pois bem, no dia da minha coroação, com a aprovação
de Aslam, jurei que se um dia estabelecesse a paz em Nárnia navegaria
durante um ano para encontrar os amigos de meu pai, ou ter a certeza da
morte deles e vingá-los caso pudesse. Seus nomes eram lorde Revilian,
lorde Bern, lorde Argos, lorde Mavramorn, lorde Octasiano, lorde Restimar
e... oh!... há mais um...
como é mesmo?...
– Lorde Rupe, senhor – acrescentou Drinian.
– Exatamente, lorde Rupe – disse Caspian. – Esta é a minha intenção
principal. Mas o Ripchip aqui tem mais altas esperanças. – Todos os olhos
se viraram para o rato.
– Tão altas quanto o meu espírito. Ainda que, talvez, tão pequenas
quanto a minha estatura. Por que não haveríamos de chegar ao extremo
oriental do mundo? Que poderíamos encontrar lá? Espero encontrar o
próprio país de Aslam! É sempre do Oriente, através do mar, que o Grande
Leão vem encontrar-se conosco.
– É uma idéia – comentou Edmundo, em tom muito respeitoso.
– Mas acha – perguntou Lúcia – que o país de Aslam é desse jeito,
quero dizer, do tipo que se pode navegar até ele?
– Não sei, minha senhora. Mas repare bem: estava eu ainda no berço,
e uma dríade do bosque cantou assim:
Onde o céu e o mar se encontram,
Onde as ondas se adoçam,
Não duvide, Ripchip,
Que no Leste absoluto está
Tudo o que procura encontrar.
– Não sei o que isto significa, mas esse sortilégio me perseguiu a
vida toda.
– E onde estamos agora, Caspian? – perguntou Lúcia, depois de
ligeiro silêncio.
– O capitão poderá informá-la melhor do que eu. – Drinian puxou o
mapa e estendeu-o sobre a mesa.
– Nossa posição é esta – disse, apontando com o dedo. – Ou, pelo
menos, era, hoje ao meio-dia. Tivemos um vento magnífico desde Cair
Paravel e paramos um pouco ao norte de Galma, aonde chegamos no dia
seguinte. Estivemos no porto durante uma semana, pois o duque de Galma