Page 459 - As Crônicas de Nárnia - Volume Único
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– Abanou a cabeça quando você disse isso – notou Edmundo. –
Como se quisesse dizer não. Olhe, fez de novo.
– Acho que ele entende o que dizemos – falou Lúcia.
O dragão acenou energicamente com a cabeça. Ripchip saltou do
ombro de Lúcia e lançou-se à frente.
– Dragão! – fez a voz chiante. – Entende o que falamos?
O dragão acenou que sim.
– Sabe falar?
Ele abanou a cabeça negativamente.
– Então é perda de tempo perguntar o que lhe aconteceu – continuou
Ripchip. – Mas, se quiser fazer um pacto de amizade, levante a pata
esquerda sobre a cabeça.
O dragão assim fez, mas desajeitadamente, pois estava com a pata
esquerda dolorida e inchada por causa do bracelete.
– Olhe só! – exclamou Lúcia. – Está com alguma coisa na pata.
Pobre bichinho! Vai ver que é por isso que estava chorando. Quem sabe
quer que a gente faça com ele como Androcles fez com o leão...
– Cuidado, Lúcia – disse Caspian. – É um dragão muito inteligente,
mas pode ser um mentiroso.
Mas Lúcia já se adiantara, seguida por Ripchip, e atrás deles, é claro,
os outros.
– Mostre-me a pata – disse Lúcia. – Talvez possa curá-lo.
O dragão-que-fora-Eustáquio ergueu a pata doente, todo satisfeito,
lembrando-se de como o elixir de Lúcia havia curado o seu enjôo. Mas
ficou desapontado. O líquido mágico reduziu o inchaço e diminuiu um
pouco a dor, mas não dissolveu o ouro.
Estavam todos em torno para observar o tratamento, quando Caspian,
subitamente, reparou no bracelete:
– Olhem!