Page 617 - As Crônicas de Nárnia - Volume Único
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–  De  uma  vez  por  todas  –  bradou  o  prisioneiro  –,  peço  que  me
                  libertem. Em nome de todos os terrores, em nome de todos os amores, em
                  nome dos céus luminosos do Mundo de Cima, em nome do grande Leão,
                  do próprio Aslam, eu ordeno...

                         – Oh! – gritaram os três como se doesse.

                         – É o sinal – disse Brejeiro.

                         –  A  palavra  anunciada  pelo  sinal  –  replicou  Eustáquio,  mais
                  cauteloso.
                         – E agora? – clamou Jill.

                         Terrível  problema.  De  que  valia  ter  prometido  jamais  libertar  o
                  cavaleiro, se o fizessem agora? Por outro lado, de que valia ter aprendido o
                  valor  dos  sinais  caso  não  obedecessem  a  eles?  Aslam  desejaria  que  eles
                  soltassem qualquer um...  mesmo um doido varrido... que pedisse em seu
                  nome?  Ou  poderia  ser  uma  coincidência?  E  se  a  rainha  do  Submundo,
                  sabendo  a  respeito  dos  sinais,  tivesse  ensinado  ao  cavaleiro  o  nome  de
                  Aslam para atraí-los à armadilha? Mas, supondo que fosse de fato o sinal...
                  Já tinham falhado em três; seria demais deixar fugir o quarto.

                         – Se a gente pelo menos soubesse! – suspirou Jill.

                         – Acho que sabemos – disse Brejeiro.

                         –  Acha  que  dará  tudo  certo  se  o  desamarrarmos?  –  perguntou
                  Eustáquio.
                         – Não, isso eu não sei – respondeu Brejeiro. – Vejam: Aslam não
                  contou para Jill o que aconteceria. Disse apenas o que fazer. Esse sujeito
                  vai ser a nossa morte, não tenho a menor dúvida. Mas, mesmo assim, não
                  podemos deixar de obedecer aos sinais.

                         Miraram-se com os olhos luzindo e assim ficaram durante aqueles
                  detestáveis instantes.

                         – Pronto! – gritou Jill subitamente. – Vamos logo. Adeus, pessoal! –
                  Despediram-se, enquanto o cavaleiro começava a berrar e a botar espuma
                  pela boca.

                         –  Vamos,  Eustáquio  –  disse  Brejeiro.  Puxaram  as  espadas  e
                  caminharam até o cativo.
                         – Em nome de Aslam – disseram, passando imediatamente a cortar
                  as amarras.

                         Ao ver-se livre, o cavaleiro negro cruzou a sala decidido e empunhou
                  a própria espada (que estava sobre a mesa).

                         – Você em primeiro lugar! – bradou, atacando a cadeira de prata.
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