Page 65 - As Crônicas de Nárnia - Volume Único
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traseiras. Muitos viravam a cabeça de lado como se quisessem entender. O
                  Leão abriu a boca, mas não produziu nenhum som: estava soprando, um
                  sopro  prolongado  e  cálido.  O  sopro  parecia  balançar  os  animais  todos,
                  como o vento balança uma fileira de árvores. Lá em cima, além do véu de
                  céu azul que as esconde, as estrelas cantaram novamente: uma música pura,
                  gelada, difícil. Depois, vindo do céu ou do próprio Leão, surgiu um clarão
                  feito  fogo  (mas  que  não  queimou  nada).  As  duas  crianças  sentiram  o
                  sangue gelar-lhes nas veias. A voz mais profunda e selvagem que jamais
                  haviam escutado estava dizendo:

                         –  Nárnia,  Nárnia,  desperte!  Ame!  Pense!  Fale!  Que  as  árvores
                  caminhem! Que os animais falem! Que as águas sejam divinas!
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