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O animal enquanto querer — é sua essência.

              A partir da qualidade e do ato: uma qualidade nos conduz ao agir:
       enquanto que no fundo acontece de tal forma que, a partir de ações,
       concluímos qualidades: admitimos qualidades porque vemos ações de uma
       determinada ordem.

              Assim: o que vem em primeiro lugar é a ação, e ligamos esta a uma
       qualidade.

              Primeiro nasce a palavra para a ação; daí a palavra para a
       qualidade. Essa relação dirigida a todas as coisas é a causalidade.

              Primeiro "ver", depois "visão". O "ato de ver" passa pela causa do
       "ver". Entre o sentido e sua função sentimos uma relação regular: a
       causalidade é a transposição dessa relação (do sentido à função sensorial) a
       todas as coisas.


              Um fenômeno original é: ligar ao olho a excitação sentida no olho,
       isto é, ligar ao sentido uma excitação sensorial. Em si, o que é dado é
       somente uma excitação: sentir esta como uma ação do olho e denominá-la
       "ver" é uma indução causal. Sentir uma excitação como sendo uma
       atividade, sentir como ativo algo de passivo, é a primeira sensação de
       causalidade, ou seja, a primeira sensação já traz com ela essa sensação de
       causalidade.

              A conexão interna da excitação e da atividade, dirigida a todas as
       coisas. O olho é ativo depois de uma excitação: isto é, vê. É a partir de
       nossas funções sensoriais que explicamos o mundo, ou seja, pressupomos
       em tudo uma causalidade, porque nós próprios experimentamos
       continuamente semelhantes variações.


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              Tempo,    espaço   e  causalidade   são   apenas   metáforas   do
       conhecimento, por meio das quais interpretamos as coisas. Excitação e
       atividades ligadas uma à outra: como isso se faz, não o sabemos, não
       compreendemos nenhuma causalidade particular, mas temos dela uma
       experiência imediata. Todo sofrimento provoca uma ação, toda ação um
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