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22.     O meu escolher ser professora – Por Caroline Subirá Pereira


                      Muito provavelmente eu seja a última pessoa a escrever minha trajetória, no início
               quando recebi a proposta e importância da autobiografia, achei muito interessante, mas

               não  consegui  perceber  fatos  importantes  da  minha  história  de  vida  relacionadas  à
               educação, porém somente até eu ler o relato de uma de minhas amigas (se não a melhor

               amiga que já tive). Quando li o relato dela, no primeiro momento pensei: poxa, minha
               trajetória é muito diferente da dela, não parece não ter tantos fatos marcantes, inclusive

               parece que não me lembro de nada importante... Mas ao continuar a leitura percebi o
               quanto de relação pode existir entre o que ela viveu e o que ela é hoje como pessoa,

               professora, pesquisadora, doutora em ensino.
                      De fato, se pararmos para pensar, há muita coisa para contar (e pensar). Então

               decidi pegar o notebook, sentar e colocar as palavras da mente na tela. Logo eu, aquela
               pessoa tão direta, que gosta de ser sempre objetiva e resumida. Pois é, só agora, depois

               de tantas discussões percebi, de verdade, a importância disso.
                      Sou a segunda e última filha de um casal que planejou muito bem cada uma de

               suas gestações. Segundo minha mãe, eu sou fruto de uma relação do dia 25 de dezembro
               de 1990, com a janela aberta e uma determinada lua (não me lembro qual agora), pois

               aumentaria a probabilidade de ser uma menina. Assim foi e nasci no dia 20 de setembro
               de 1991, com uma cesárea agendada por desejo de minha mãe. Tudo muito programado,

               meu irmão já com 4 anos ajudava minha mãe com tarefas simples.
                      Meu pai agricultor se ocupava com os cuidados de suas próprias terras e mais

               alguns alqueires que arrendava. Minha mãe do lar se dedicava totalmente a casa e a
               educação  dos  filhos.  Uma  família  bastante  tradicional,  morávamos  na  zona  urbana,

               apesar de ter sítio. Meus pais moraram na zona rural apenas no início do casamento, mas
               quando eu nasci eles já moravam na cidade, mais especificamente em uma casa nos

               fundos dos meus avós paternos.
                      Meu pai reprovou no último ano do 2º grau, não por falta de aprendizagem, ele

               sempre foi muito inteligente e elogiado pelos professores, foi algum relaxo dele que não
               entregou algum trabalho, pois não tinha muita razão seus estudos já que ele sempre quis

               seguir suas atividades na agricultura como já sabia fazer muito bem. Minha mãe também
               não finalizou os estudos no 2º grau, pois quando sua irmã se casou e parou os estudos

               por conta da gravidez precoce ela não queria ir para a escola sem a irmã e resolveu parar

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                       PROCESSOS E PRÁTICAS DE ENSINO-APRENDIZAGEM: HISTÓRIAS DE VIDA E DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES
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