Page 87 - Processos e práticas de ensino-aprendizagem
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de  seus estudantes  e que  eu poderia  vir  a  contribuir nisso...  Meus planos  de  fazer  a
               diferença positiva na vida das pessoas e, consequentemente, contribuir para um mundo

               melhor,  mais  justo  e  humano,  se  desenvolveram  nesse  período,  de  forma  mais
               específica, durante os estágios, por meio dos quais foi possível ter o contato com uma

               pequena parte da realidade tal qual ela é, contato com as histórias de vida e experiências
               com o “outro”, que também é sujeito nesse processo. Meus estágios na APAE da cidade

               e nas salas de aula destinadas à Modalidade da Classe Especial trouxeram-me a certeza
               de que estava no caminho certo e que era essa a profissão que o meu coração havia

               escolhido... E para resumir esses momentos de intensa aprendizagem e significância,
               preciso apropriar-me das sábias palavras de Guimarães Rosa, para tentar explicar o que

               foi para mim esse período de minha trajetória: “ O verdadeiro mestre não é aquele que
               ensina,  é  aquele  que  de  repente  descobre  que  aprende”.  Então,  antes  mesmo  da

               formatura, decidi que iria buscar o curso de Pós Ensino Médio, chamado de Estudos
               Adicionais e aprimorar meus conhecimentos na área de deficiência intelectual.

                      Naquela época, para cursar o Curso de Estudos Adicionais que era ofertado na
               Capital Curitiba, era necessário realizar um processo classificatório  – uma espécie de

               avaliação.  Aspirante  de  muita  coragem,  fui  até  o  Instituto  de  Educação  do  Paraná
               Professor Erasmo Pilotto fazer a inscrição e inteirar-me dos conteúdos que poderiam ser

               exigidos no teste. Posso afirmar veementemente que aquele mês de dezembro de 1998
               foi um “divisor de águas” na minha trajetória, pois dentre os materiais disponibilizados

               estavam alguns artigos a respeito da Modificabilidade Cognitiva do Professor Reuven
               Feurstein e posso confessar que foi amor à primeira vista! Eu saboreei cada palavra que

               li sobre ele e seu estudo – ainda que de forma muito simples e superficial de minha parte
               –  pois  alguém  de  tamanha  importância  no  mundo  acadêmico  e  teórico  havia

               comprovado que todo o ser humano é capaz de aprender, ou seja, “todo ser humano é
               modificável! ”

                      Consegui  ser  admitida  no  Curso  de  Adicionais  e  também  no  vestibular  da
               Universidade Federal do Paraná (UFPR), no Curso de Ciências Sociais. A minha felicidade

               só não foi maior, porque naquele mesmo ano de 1999, eu perdia para um câncer o meu
               primeiro  grande  amor,  minha  mãe.  Apesar  do  coração  enlutado,  prossegui  no  meu

               intento e dediquei-me aos estágios do curso de aperfeiçoamento na Educação Especial,
               enquanto  ambientava-me  ao  mundo  de  reflexões  e  debates  da  Sociologia,  da

               Antropologia e da Ciência Política, pois desejava aliar os conhecimentos educacionais às

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                       PROCESSOS E PRÁTICAS DE ENSINO-APRENDIZAGEM: HISTÓRIAS DE VIDA E DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES
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