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LOSURDO. PRESENÇA E PERMANÊNCIA


           ria ocidental migalhas da pilhagem das colônias, sempre foi um expe-
           diente eficaz da burguesia imperialista.
                O conteúdo concreto dessa negação é a recusa em admitir que as
           lutas de libertação nacional impunham aos comunistas “orientais” mé-
           todos, alianças e programas muito diferentes daqueles próprios ao com-
           bate socialista dos movimentos operários e dos intelectuais europeus.
           Longe, entretanto, de se exaurir em seu momento negativo, a crítica ao
           eurocentrismo tem em vista a construção histórica da ideia de uma hu-
           manidade efetivamente universal. Para que o marxismo desempenhe,
           nos países ocidentais, um papel essencial nessa construção, cabe-lhe
           elaborar uma nova síntese programática que ultrapasse a separação en-
           tre Ocidente e Oriente, articulando todas as grandes lutas de nosso tem-
           po contra as diferentes modalidades de opressão étnica, racial, sexual.


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                Azzarà vê no êxito da experiência do socialismo chinês uma for-
           te razão para “repensar integralmente os fundamentos do marxismo”.
           Com certeza, o portentoso desenvolvimento das forças produtivas na
           China socialista interpela o “corpus” teórico do marxismo. Losurdo,
           mais de uma vez, comparou a política econômica adotada pelos dirigen-
           tes chineses a partir de 1978 com a Nova Política Econômica (NEP) ado-
           tada em 1921 pelos dirigentes soviéticos. A grande e evidente diferença
           está em que, diferentemente da soviética, bruscamente interrompida
           em 1928, a “NEP” chinesa é de longa duração e tem sido plenamente
           exitosa. A fórmula “socialismo de mercado” expressa a unidade con-
           traditória entre o princípio social e a lógica da acumulação do capital.
           Ela não suprime a contradição (cujo caráter não antagônico se expressa
           na tese dos “dois sistemas”), mas a inscreve num equilíbrio dinâmico
           entre plano e mercado elaborado e gerido pelo Partido Comunista e pelo
           Estado popular. Compreender em profundidade a dialética objetiva da
           articulação socialismo/mercado, nas condições concretas de nosso tem-



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