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— Disse, mas não precisava. — Langdon indicou a mão com um gesto. — A Mão dos Mistérios
          é um convite forma! para se atravessar um portal místico e obter conhecimentos secretos ancestrais,
          um poderoso saber conhecido como Antigos Mistérios... ou o saber perdido de todas as épocas.

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                 — Então o senhor já ouviu falar no segredo que ele acredita estar escondido aqui.
                 — Muitos historiadores já ouviram.
                 — Então como o senhor pode dizer que o portal não existe?
                 — Com todo o respeito, minha senhora, todos nós já ouvimos falar na Fonte da Juventude e em
          Shangri-la, mas isso não significa que existam.
                 O chiado alto do rádio de Anderson os interrompeu.
                 — Chefe? — disse a voz no rádio.
                 Anderson arrancou o aparelho do cinto.
                 — Anderson falando.
                 — Senhor, já concluímos a busca do local. Ninguém aqui dentro corresponde à descrição. Mais
          alguma ordem, senhor?
                 Anderson  lançou  um  olhar  rápido  para  Sato,  claramente  esperando  uma  reprimenda,  mas  a
          diretora não parecia interessada. Ele se afastou um pouco dos dois, falando baixinho no rádio.
                 Sato estava totalmente concentrada em Langdon.
                 — Está querendo dizer que o segredo que ele acredita estar escondido em Washington... é uma
          fantasia?
                 Langdon assentiu.
                 — Um mito muito antigo. Na verdade, o segredo dos Antigos Mistérios é anterior ao cristianismo.
          Tem milhares de anos.
                 — E mesmo assim continua vivo?
                 —  Assim como  várias  crenças  igualmente  improváveis.  —  Langdon muitas  vezes  lembrava  a
          seus  alunos  que  a  maioria  das  religiões  modernas  incluía  histórias  que  não  resistiam  ao  escrutínio
          científico: desde Moisés abrindo o mar Vermelho até Joseph Smith usando óculos mágicos para traduzir
          o Livro de Mórmon a partir de uma série de placas de ouro que encontrou enterradas no norte do estado
          de Nova York. A aceitação generalizada de uma ideia não é prova de sua validade.
                 — Entendo. Então o que são exatamente esses... Antigos Mistérios?
                 Langdon suspirou. A senhora tem algumas semanas?
                 — Resumidamente, os Antigos Mistérios se referem a um conjunto de conhecimentos secretos
          reunidos muito tempo atrás. Um dos aspectos intrigantes desse conhecimento é que ele supostamente
          permite  àquele  que  o  detém  entrar  em  contato  com  poderosas  habilidades  adormecidas  dentro  da
          mente humana. Os adeptos esclarecidos que possuíam esse conhecimento juraram mantê-lo escondido
          das massas, porque ele era considerado poderoso e perigoso demais para os não iniciados.
                 — Perigoso de que forma?
                 — As informações foram ocultadas pelo mesmo motivo que mantemos fósforos fora do alcance
          das crianças. Nas mãos corretas, o fogo pode proporcionar luz... mas, nas mãos erradas, ele pode ser
          altamente destrutivo.
                 Sato tirou os óculos e estudou Langdon.
                 — Diga-me, professor, o senhor acredita que essas informações poderosas possam realmente
          existir?
                 Langdon não sabia ao certo como responder. Os Antigos Mistérios sempre tinham sido o maior
          paradoxo de sua carreira acadêmica. Praticamente todas as tradições místicas da Terra giravam em
          torno da ideia de que havia um conhecimento misterioso capaz de dotar os seres humanos de poderes
          sobrenaturais, quase como os de um deus: o tarô e o I Ching davam ao homem a capacidade de ver o
          futuro;  a  alquimia,  por  sua  vez,  concedia  a  imortalidade  graças  à  lendária  pedra  filosofal;  a  wicca
          permitia aos praticantes avançados conjurar poderosos feitiços. A lista não tinha fim.
                 Como acadêmico, Langdon não podia negar o registro histórico dessas tradições — tesouros
          incalculáveis  de  documentos,  artefatos  e  obras  de  arte  que,  de  fato,  sugeriam  claramente  que  os
          antigos possuíam um poderoso saber que só compartilhavam por meio de alegorias, mitos e símbolos,
          garantindo  assim  que  apenas  os  devidamente  iniciados  pudessem  ter  acesso  aos  seus  poderes.
          Mesmo assim, sendo realista e cético, Langdon ainda não estava convencido.
                 — Digamos apenas que eu sou um cético — disse ele a Sato. — Nunca vi nada no mundo real
          que  sugerisse  que  os  Antigos  Mistérios  são  algo  mais  do  que  uma  lenda,  um  arquétipo  mitológico
          recorrente. Parece-me que, se fosse possível para os humanos adquirir poderes milagrosos, haveria
          provas disso. Mas até agora a história não nos deu nenhum homem com poderes sobre-humanos.
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