Page 35 - 5
P. 35
Manuel Abranches de Soveral FRAGMENTA HISTORICA
Mendes, “atecerom parte das herdades que e fal. depois de 1495, sendo então
assy forom coutadas das quães he hua que moradora na freguesia de Santa Maria
Jaz em logo que chama ual de maria E a da vila de Barcelos. Casou cerca de
167
outra a s margarida termo desta cidade”. 1467 com Pedro da Costa, n. cerca de
ta
E que agora morrera Fernão Lourenço e 1441 e fal. depois de 1514, escudeiro
as ditas herdades ficaram para ambos e as fidalgo e depois cavaleiro da Casa
partiram entre si, porquanto João Mendes de Bragança, escrivão da Câmara de
não tivera ainda a sua parte por morte de Barcelos (10.7.1486) , etc. Esteve
168
Lourenço Mendes, pois “esteuero sempre com o duque de Bragança D. Jaime na
mjsticas em poder do dicto ferna l ”. E expedição a Azamor em 1513, teria já
ço
que ficaram para Lopo Fernandes e seu 72 anos, sendo portanto o Pedro da
irmão Diogo Fernandes a herdade de Vale Costa, morador em Barcelos, que a
de Maria, e para João Mendes a herdade 20.7.1514 teve confirmação real de um
de Santa Margarida, o qual a dera a João alvará do duque de Bragança, pelo qual
Cerveira, morador em Évora, em dote de e por o merecer, o armara cavaleiro
casamento com sua filha Inês Mendes. em Azamor. Alão diz que Pedro da
169
170
João Mendes era já viúvo de Branca Afonso Costa viveu em Barcelos e era irmão
(de Góis), com geração. Apesar do 2º de Diogo da Costa, 1º morgado de São
166
casamento tardio, tendo Beatriz Pereira já Francisco de Barcelos, e de Gil da Costa,
cerca de 39 anos, ainda teve dois filhos: prior de Barcelos, todos filhos de Aires
Gonçalves da Costa, irmão de Fernão
1.1. Rui Mendes (de Vasconcellos), que da Costa , secretário do duque de
171
segue no nº 2. Bragança, e irmão de Inês Anes da Costa,
1.2. Inês Mendes, n. cerca de 1444 que em 1509 instituiu o dito vínculo, que
obrigava sucessão masculina. Sendo
172
estes últimos filhos de Filipe Fernandes
166 Deste casamento foi filho o Doutor João Mendes
Aguada, seu sucessor, ouvidor da Casa da Suplicação (Chaves?) e sua mulher Inês Gonçalves
173
(13.4.1446), corregedor da corte para a comarca de (da Costa?), todos de Barcelos.
Entre-Tejo-e-Odiana e além-Odiana (29.11.1437,
confirmado a 3.6.1439), etc., e Maria de Góis que casou 167 Como se documenta nas ordens menores do filho
com Lopo de Mariz. A 4.7.1469 D. Afonso V confirmou, Aires.
aprovou e ratificou a doação vitalícia a Pedro Lopes 168 ANTT, Chancelaria de D. João II, Liv. 4, fól. 88.
de Mariz, escudeiro, criado do duque de Valença, das 169 ANTT, Chancelaria de D. Manuel I, M., Liv. 11, fól. 44.
terras de pão, vinho e olivais do termo de Santarém, 170 Vide ob. cit., COSTAS, DE BARCELOS.
Beja e Evoramonte, com todos os direitos de herança, 171 Certamente o Fernão da Costa, abade de São Romão
feita por Lopo de Mariz e sua mulher Maria de Góis, que de Paredes, bispado do Porto, que tirou em Braga
pertenciam à capela instituída por Gonçalo Lourenço, ordens de Epístola a 24.2.1453 e a 17 e 31 do mês
cónego de Valença, da qual era seu administrador seguinte de Evangelho e de Missa, com licença do seu
(ANTT, Chancelaria de D. Afonso V, Liv. 31, fól. 66 e maior (ADB, Matrículas de Ordens da Mitra de Braga).
66v). E a 11.5.1441 o mesmo rei deu carta de privilégio 172 ANTT, Livro do Registo das Capelas da Colegiada de
a Lopo de Mariz, escudeiro, criado régio, para todos Barcelos, fól. 1 a 2. O tombo deste morgado estava na
os seus caseiros que lavrarem nas suas herdades, Provedoria de Viana.
quintas e casais da vila de Beja e seu termo, as quais 173 Estes Costa de Barcelos parecem ter tirado o nome
foram herança deixada por João Mendes, corregedor da quintã da Costa, no termo de Barcelos. No final do
da corte, isentando-os de irem com presos e dinheiros, séc. XIV uma quintã da Costa, no termo de Barcelos,
de serem tutores e curadores, de servirem na vintena pertencia a um Afonso Esteves, que a perdeu por estar
do mar, bem como de serem postos por besteiros então em Braga com Pedro Lourenço Buval contra o
(ib, Liv. 2, fól. 81 e 81v). O Doutor João Mendes teve mestre de Avis, tendo este a 31.10.1384 doado para
ainda uma filha bastarda, Inês Mendes, que casou com sempre a dita quintã a Luís Domingues, cidadão do
João Cerveira, escudeiro e juiz de Évora. A 20.5.1435 Porto, com a mercê de a poder vender, se quisesse
D. Duarte legitimou Inês Mendes, filha de “Johane (ANTT, Chancelaria de D. João I, Liv. 1, fól. 52). Gayo diz
meendez corregedor da nossa corte” e de Aldonça que estes Costa tinham a quinta da Costa, que ficava
Martins, mulher solteira, sendo ele casado ao tempo do em Santa Cristina de Cornes, hoje a freguesia de Malta,
seu nascimento com Branca Afonso (ANTT, Chancelaria no concelho de Vila do Conde, e que Inês Anes da Costa
de D. Duarte, Liv. 3, fól. 90). (irmã de Aires Gonçalves) fez nela cabeça do morgadio
35