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Manuel Abranches de Soveral FRAGMENTA HISTORICA
Ora, Lourenço Mendes (de Vasconcellos) em 20.9.1440, 2º senhor de juro e herdade de
epígrafe era 4º neto dessa irmã, D. Maria Soalhães, 5º morgado de Soalhães, senhor
Peres de Tavares, que casou com Rodrigo de juro e herdade de Penela (metade), 2º
Afonso Ribeiro, alcaide-mor do castelo da morgado de Arega e Fonteboa, alcaide-mor
Feira , etc. Dos quais foi filha sucessora D. de Estremoz, etc., casado com D. Leonor
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Leonor Rodrigues Ribeiro, que casou com Pereira , irmã do condestável D. Nuno
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Vasco Anes de Soalhães , 2º morgado Álvares Pereira. Lourenço Mendes casou
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de Soalhães. Destes foi filho sucessor Rui em 1442 com Beatriz Pereira, n. cerca de
Vasques Ribeiro, 3º morgado de Soalhães, do 1403, que a 23.33.1439 estava viúva do 1º
qual foi filha sucessora D. Tereza Rodrigues matrimónio. Era irmã de Lisuarte Pereira,
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Ribeiro , casada com Gonçalo Mendes de
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Vasconcellos, sendo estes avós do Lourenço fazenda real. Este ignorou a ordem e deixou correr o
Mendes (de Vasconcellos) em epígrafe. É processo à revelia, pelo que os seus bens foram vendidos
provável que este, tal como herdou do avô também à revelia, sendo-lhe anunciada a arrematação:
a quintã e honra de Nomães, tenha herdado a Lousã por 1.700 dobras, Vila Chã e Penagate por 120,
Soalhães por 150, Penela por 700 e Larim por 210.
directamente da avó a quintã e honra de Vila Reagiu então João Mendes, que reclamou da avaliação,
Maior. Lourenço Mendes (de Vasconcellos) acabando por acordar o seguinte: a Lousã passaria para
era filho natural de João Mendes de a coroa por 4.000 coroas e as restantes 3.300 coroas
Vasconcellos , n. cerca de 1358 e fal. a seriam em parte abatidas nas rendas das restantes terras
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que não recebera durante o sequestro e o resto pago
em dois anos. Ficou assim João Mendes com Penela,
Academiae Scientiarum Olisiponensis Edita Inqvisitiones Vila Chã, Larim e Soalhães, tudo confirmado por carta
- Inquirições Gerais de D. Diniz de 1288. Sentenças real de 13.9.1413. Mas, entretanto, Gonçalo Mendes
de1290 e execuções de1290. Nova Série, Volume IV/2, deixara à fazenda real outra dívida de 2.500 dobras
Lisboa, Academia das Ciencias de Lisboa, 2015, p. 597. de ouro, pelo que o rei tomou como penhor outra vez
Esta honra e quintã de Vila Maior fora de D. Teresa Penela, Penagate, Landim, Vila Chã e Soalhães. Os dois
de Vila Maior, ainda referida nas inquirições de 1258, filhos vivos à data da morte de Gonçalo Mendes, este
mulher de D. Pedro Viegas de Tavares, o 1º deste nome. João Mendes e seu irmão D. Mem Rodrigues, mestre da
156 José Mattoso e outros, “O Castelo e a Feira”, Estampa Ordem de Santiago, não se entenderam nas partilhas
1989, p. 169. e demandaram o rei, tendo D. Duarte decidido dividir
157 Legitimado por carta real de D. Dinis de 28.1.1308, em partes iguais as terras e as dívidas, ficando João
na qual lhe chama Vasco Anes, seu vassalo, filho de D. Mendes, para além dos morgadios de Soalhães, Arega
João, bispo de Lisboa (ANTT, Chancelaria de D. Dinis, Liv. e Fonteboa (bens de raiz), com o senhorio de Soalhães
3, fól. 39). D. João Martins de Soalhães, arcebispo de e metade do de Penela, e Mem Rodrigues com a outra
Braga (1323), bispo de Lisboa (14.3.1294), etc., instituiu metade de Penela e Vila Chã, Larim e Penagate. De
o morgadio de Soalhães (ou da Torre de Cadimes) em todo este acordo, incluindo a dívida de Rui Vasques,
1304. teve João Mendes carta de quite a 8.4.1420. Mas a
158 Foi sepultada em S. Domingos de Coimbra, em 27.5.1417 já D. João I tinha feito mercê da dita dívida
túmulo que tinha o seguinte epitáfio: «Aqui jaz dona de 2.500 dobras a Gonçalo Pereira, para casar com D.
Tareja Ribeira molher que foi de Gonçalo Mendes de Beatriz de Vasconcellos, filha do dito D. Mem Rodrigues,
Vasconcellos e finou-se a 21 de Julho de 1428 e foy huma a quem o irmão Diogo Mendes de Vasconcellos cedeu
das boas donas que em seu tempo ouve em Portugal». toda a sua legítima a 17 do mês seguinte. De forma que
159 Apesar dos irmãos mais novos apoiarem do mestre este casal acabou por ficar com metade de Penela e
de Avis, João Mendes começou por apoiar a rainha Vila Chã, Larim e Penagate, que a 7.7.1441 vendeu ao
D. Beatriz. Sendo alcaide-mor de Estremoz, deu voz 8º conde de Barcelos. D. Joana Pereira e João Mendes
contra o mestre, mas fui expulso pela população. Mais de Vasconcellos só tiveram filhas, sendo a mais velha
tarde veio a servir D. João I, acabando por casar com e sucessora D. Maria de Vasconcellos, 2ª mulher de D.
uma irmã do condestável. João Mendes foi o sucessor Afonso da Guerra, senhor de Cascais, c.g. nos condes de
de seu pai Gonçalo Mendes de Vasconcellos na maior Penela. Da 2ª descendem os senhores de Roriz.
parte dos bens da coroa. Mas este devia a seu neto Rui 160 Sepultada com seu marido em São Domingos de
Vasques Ribeiro (de Vasconcellos), de quem fora tutor, Coimbra, com o seguinte epitáfio: “Aqui jaz dona
uma quantia que o próprio Gonçalo Mendes, no seu Leonor Pereira molher que foi de Joanne Mendes de
testamento, avalia em 4.000 libras, mais 200 marcos de Vasconcellos, irmã do Condestable don Nuno Alvarez,
prata lavrada e umas quintãs no Entre-Douro-e-Minho. que se finou a 18 de Abril de 1449, foi hua das boas
Rui Vasques, contudo, discordou das contas do avô e donas que ouve em Portugal”.
requereu ao rei nova avaliação, ficando então a dívida 161 A 23.3.1439 D. Afonso V deu carta de privilégio
estimada em 7.300 coroas de ouro, que o rei lhe pagou, de fidalga a Beatriz Pereira, mulher que foi de João
exigindo a João Mendes que pagasse esta quantia à Mendes, corregedor da corte, para todos os seus
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