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FRAGMENTA HISTORICA Cristóvão Mendes de Carvalho ‐ História de um alto
magistrado quinhentista e de sua família
se hera satisfeito da m que lhe fazia e não ho “não fala na perda e diminuicão de sua fazenda
e
sendo que então ho requereria sem elle nūqua porq sendo dos milhores patrimonios que
uer cousa alguã nē ho secreatairo lho dizer tinha desembargador neste reino ho qual
polo q s.a. he obrigada a o mãdar satisfazer e lhe fiquara de seus antecesores he agora m
to
pagar suas perdas e gastos que fez em Seruicos menos cõtairo de m outros que comecando
tos
do dito Sõr e do reino e aposentalo por auer de seruir s. a. sem nada tem agora mais quelle
qurēnta he hū anos q Serue e merecer tãbē o mas na uerdade elle pretendeo sempre mais
aposētam como frãcisquo coelho que não ho seruiço de s. a. q ho interese de sua fazenda
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to
seruio uinte nē fez tanto seruico como elle fez polla qual rezão he obrigado s. a. em foro de
a s.a. e ao reino.” cõsciencia satisfazerlhe asi a diminuicão de sua
“alem dos papeis q apresēta as milhores test fazenda co seus gastos e seruicos.”
as
que tem depois da rainha nosa sorã he ho “pede a V. a. lhe mande pagar ou satisfazer as
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cõfesor de s.a. e o bispo q foi de sã tome e perdas e gastos q teue asi das asinaturas de
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o bispo de uiseu e o secretairo e o chãcarel seus oficios como de sua fazenda no tempo
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mor e lopo de brito manoel da costa que ho elrei mandaua em cousas de seu
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jorge sequo escriuão da cõsciencia e os seruiço como aqui tem apõtado e asi a Jgreja q
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mercieiros das capelas delrei dom aº e outros s.a. lhe prometeo da quelas de q elle ouue os
m q nomeara.” padroados e o oficio de prouedor das capelas
tos
des do tempo q lho deu q ha onze annos e o
oficio de chançarel da cidade que lhe tinha
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121 O Doutor Francisco Coelho, “o do Olho”, nascido em
Viseu cerca de 1488, do Conselho de D. João III (ANTT, dado a dita cidade em sua uida q ele alargou a
Chancelaria de D. João III, Liv. 1, fól. 125v), chanceler- S. a. por lho pidir e dizer que lho satisfaria e assi
mor do reino, cargo que mal exerceu por ter falecido o mãtim dos quatro annos he meo q seruiu
to
em 1558, ano da nomeação, desembargador do Paço de gouernador que tudo s. a. lhe he obrigado
(ib, 65, 203) e dos Agravos da Casa da Suplicação (ib, satisfazer por cõsçiencia afora a satisfacão de
Liv. 19, fól. 144), lente de Prima (2.5.1537) e vice-reitor
(29.5.1538) da Universidade de Coimbra, promotor seu seruico pª ho q não quer outros Juizes q
e
da Inquisição de Lisboa (18.8.1540), comendador e ho determinē senão VV. aa. pª lhe fazerē m
chanceler-mor da Ordem de Santiago, etc. Ainda era e descarregarem a alma delrei que esta em
parente afastado de Cristóvão Mendes de Carvalho. gloria que parece nisto estar ēcarregada por
Vide Manuel Abranches de Soveral, “Ascendências
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e
Visienses. Ensaio genealógico sobre a nobreza de Viseu lhe não fazer m alguã de seus seruicos como
(séc. XIV ao XVII)”, Porto 2004, Vol. II, p. 128. se pode uer pelo liuro do registo dandolhe
122 A rainha regente D. Catarina. sempre esperancas de ho satisfazer muito bem
123 O já referido bispo D. Frei Gaspar do Casal. ta
124 O já referido bispo D. Bernardo da Cruz. e lhe fazer m mercē como lhe elle merecia
tos
125 D. Gonçalo Pinheiro, bispo de Viseu (1553-67), que pollos m e bõs seruicos q sempre lhe fizera.”
portanto era bispo desta diocese em 1557. D. Gonçalo
foi antes desembargador de D. João III, bispo de Safim
e Tânger e embaixador à corte de França. Ainda era A família
parente do Dr. Cristóvão Mendes de Carvalho.
126 O já referido António Carneiro. Não é possível entender cabalmente nenhum
127 O já referido Gaspar (de) Carvalho. indivíduo, nomeadamente do séc. XVI, sem
128 Lopo de Brito, do Conselho de D. João III (ANTT, estudar também a sua família. As enormes
Chancelaria de D. João III, Liv. 45, fól. 76V), capitão-mor carências da formação em História no que toca
de Ceilão, cavaleiro da Ordem de Cristo (13.7.1524) e
nesta ordem comendador de São Tiago das Pias (ib, Liv. à ciência auxiliar da Genealogia, muitas vezes
28, fól. 51v). não deixa aos investigadores sequer perceber
129 Manuel da Costa, escrivão da câmara de D. João
III (ANTT, Chancelaria de D. João III, Liv. 21, fól. 26) e
desembargador da Casa do Cível (ib, Liv. 55, fól. 201),
que também foi poeta. 131 Como ele próprio diz, tinha sido nomeado chanceler
130 Jorge Seco, escrivão da câmara de D. João III (ANTT, vitalício da cidade de Lisboa. Entre outras funções, o
Chancelaria de D. João III, Liv. 15, fól. 98), que exerceu chanceler era responsável pelo selo da cidade.
também como escrivão da Mesa da Consciência e 132 Na verdade só há as já referidas mercês de 1525 e
Ordens. 1527.
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