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Manuel Abranches de Soveral FRAGMENTA HISTORICA
elle não lhe tiraua seu oficio nē tiraria nada para seruir o dito carguo de gouernador como
do q tinha sē lhe não dar outra cousa milhor defeito ho seruio depois quatro anos e mejo
senão por cõprir a seu seruico fiquar nesta sem lhe s.a. dar mãtim mais hū so quartel e
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cidade e não poder hir a sãtarē lhe fazia aquela pidindolhe que lho mãdase pagar como fazia
m da prouedoria e que lhe satisfaria ho q tinha ao chãcarel mor a que daua ho mantimēto de
e
gastado e perdido em seu oficio sê lhe nūqua desēbargador do paço e a manoel alurs e
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dar a prouedoria nē satisfação das asinaturas joão de ruideira q lhes mãdaua pagar ho de
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que simão de miranda poderá dizer quãto lhe cõtador mor e outros sem embarguo de terem
renderão per seu Juram .” mantimº de seus oficios s.a. lhe respondeo q
to
“Jndo s.a. desta cidade pª cojmbra lhe mãdou lhe mãdaria satisfazer tudo e o despacharia e
e
q se fosse a almeirī e q tãto q uiesse ahi lhe faria m .”
satisfaria seus seruicos, elle ho fez asi e esteue “pidindo elle a S.a. que mãdasse uer seus
ē Almeirim quatro meses no cabo dos quais papeis na cõsciencia ou no cõselho ou por
elrei ho mandou chamar e lhe disse q cõpria Justª mandou q os desse a mestre gaspar seu
m a seu seruico elle tornar a lisboa porq cõfesor porq os queria uer cõ elle e depois
to
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mãdaua ho bispo gouernador ao cõcilio e de s.a. os uer lhe disse q tinha m rezão de ho
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queria q elle seruisse de gouernador e porq jmportunar e q fosse falar cõ ho secretairo e
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ho oficio de chãçarel hera de pouco trabalho outro tãto lhe disse ho mesmo cõfesor da parte
lhe fazia m delle e elle respõdeo q não tinha de s.a. e que lhe auia de fazer m e satisfazerlhe
e
e
que dizer pois s.a. o mãdaua e dizia q cõpria todas suas perdas e gastos.”
a seu seruiço e q pidia a s.a. se lembrase de “elle se foi ao secretairo e lhe disse ho q s.a.
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lhe satisfazer seus seruiços e custos e perdas mandaua ho qual ho trouxe mais de tres annos
e s.a. lhe respondeu q tudo lhe satisfaria e no qual tempo lhe disse s.a. per duas uezes e
lhe faria m de q elle fosse cõtente e quãto a hūa dellas per ante a rainha nosa sorã que falase
e
prouedoria das capelas de q lhe tinha feito m cõ ho secretairo e uise ho que lhe respondia e
e
ãdaua em cõçerto cõ joão barandão e tãto q se
cõcertasse lhe mãdaria pasar sua carta.” 116 Manuel Álvares (de Carvalho), corregedor das ilhas
de São Miguel e Santa Maria (1539 - ANTT, Chancelaria
“e tanto q ho bispo não foi ao cõsilio ele de D. João III, Liv. 40, fól. 14v) e desembargador da Casa
alargaua ho oficio de chançarel polo s.a. do Cível e corregedor dos feitos cíveis (1546 - ib, 33,
mandar mais a seruir de gouernador q de 46v). Descobriu e copiou o Livro de José de Arimateia
chançarel e s. a. lhe disse q ho bispo se auia dir (Josep dabaramatia).
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João de Videira, juiz de fora de Viseu (ANTT,
pª ho seu bispado e q tinha necessidade delle Chancelaria de D. João III, Liv. 30, fól. 161), corregedor
da Beira (ib, 16, 103v) e de Santarém, desembargador
III (ib, Liv. 27, fól. 36v). Sucedeu ao tio materno Dr. da Casa da Suplicação (ib, Liv. 5, fól. 58v), etc.
Diogo Lopes de Carvalho no vínculo da capela de São 118 D. Frei Gaspar do Casal (1510-1584), confessor e
Paio, que incluía os coutos de Abadim e Negrelos. O Dr. pregador de D. João III, bispo-conde de Coimbra, bispo
Diogo Lopes de Carvalho, desembargador do paço e dos de Leiria, lente da Universidade de Coimbra, presidente
hospitais, capelas, albergarias e confrarias de Lisboa, da Mesa da Consciência, etc., participou no Concílio de
corregedor do crime da corte, etc., falecido depois de Trento e foi notável teólogo e prelado. Uma irmã ou
1521, comprou a Diogo Machado os ditos coutos por sobrinha deste bispo casou com um sobrinho do Dr.
200 reais, o que D. João III lhe confirmou a 20.5.1515. Cristóvão Mendes de Carvalho.
O Dr. Gaspar de Carvalho e seu tio eram primos do Dr. 119 O já referido António Carneiro.
Cristóvão Mendes de Carvalho, sendo este e o antedito 120 Deve datar de então a carta de 5 de Junho, sem
Dr. Diogo Lopes de Carvalho ambos trinetos de Afonso indicação do ano, que Cristóvão Mendes de Carvalho
Lourenço Carvalho, senhor de Souto de El-Rei. escreveu ao secretário António Carneiro, na qual pedia
114 Concílio de Trento, que se iniciou em 1545. que fizesse com que o rei, em satisfação dos muitos
115 Regedor e governador da Casa do Cível de Lisboa, serviços que lhe tinha prestado e por se achar velho
um dos tribunais superiores do reino, que julgava os e não poder andar em demandas, lhe desse a mercê
crimes mais graves e apreciava apelações de sentenças. do reguengo da Póvoa de Trancoso, que tinha vagado
Partilhava estas competências com a Casa da Suplicação. por falecimento do filho de Simão Saraiva, para ele e
A Casa do Cível de Lisboa documenta-se desde meados seus sucessores ou para ele e para o seu filho Pedro de
do séc. XIV, devendo ter sido criada por D. Afonso IV. Foi Carvalho (ANTT, Colecção de cartas, Núcleo Antigo 878,
extinta em 1582 por D. Filipe I. nº 165).
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