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FRAGMENTA HISTORICA Cristóvão Mendes de Carvalho ‐ História de um alto
magistrado quinhentista e de sua família
“uindo destremos por s.a. ser enformado quais elle fez m seruico a s.a. nas deferencas q
to
que a renda das sisas da beira pinhel e outros tiuerão os procuradores dos pouos.”
lugares auia m tempo q se não paguauão nē “acabadas as ditas cortes ho mandou s.a. as
to
os rendeiros tinhão per onde nē tinhão dado comarquas da estremadura beira tralosmõtes
fiadores e o cõtador e almoxarife andarē em e antre douro e minho a tomar cõta os
deferēcas sobre as ditas rendas, mandouo s.a. cõtadores da fazenda e das terças e tirar
a prouer nellas ho que elle fez cõ m trabalho e deuaSa sobre eles e sobre outros oficiais onde
to
segurou tudo sē s.a. perder cousa alguã.” achou as terças da beira mal arrendadas e por
cõcerto e sem demãda lhe derão os rendeiros
pª s.a. mais do preço porq as tinhão arrēdadas
aquelle arēdam dous mil cruzados e mandou
to
proceder cõtra os oficiais das ditas terras sem
seruirē mais seus oficios.”
“Achou nos almoxarifados da guarda uiseu, e
lamego m cousas mal leuadas a custa de s.
tas
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a. que tudo tirou e polla enformação q mandou
a s.a. fez andre piz dahi por diante as folhas
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dos asentam onde achou quinhentos mil rs
tos
que estauão depositados por mãdado delrei
dõ manoel e leuou m trabalho em os fazer
to
arequadar por não auer ahi ja erdeiros dos
depositarios como se uera pelos autos.”
“fez arequadar m dinheiro que diuião a s. a.
to
e lho mandou e foi entregue a fernãodalurs
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e todas as mais rendas e diuidas segurou
cõ fiancas bastantes que so o almoxarife de
lamego deuia mais de doze mil cruzados ao qual
tambē tomou cõta do mosteiro de São João
de tharouqua que então era do Jnfante dom
Primeira página da carta / petição de anrrique cardeal e dizendo o dito almoxarife
to
1557. que não tinha pª paguar ho mantim dos
(Doc. cedido pelo ANTT: Gavetas, gav. 2, religiosos e outras cousas que s. a. mandaua
mç. 11, nº 2). fazer, elle fez paguar tudo e alem disso fiquou
nomeadamente, o contracto de casamento da infanta
“no anno de 25 ho mandou s.a. chamar a tomar D. Isabel com o imperador Carlos V.
De 30.12.1526 existe uma carta do licenciado
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onde detriminaua fazer cortes e por sobreuirē Cristóvão Mendes para D. João III, dando-lhe conta do
rebates ho mandou a torres nouas a cousas de que tinha feito nas terras de Viseu, Lamego e Guarda
seu seruico onde foi fazer as ditas cortes nas (ANTT, Colecção de cartas, Núcleo Antigo 877, nº 227);
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bem como o auto de posse a 13.1.1526 do senhorio
da cidade de Viseu, que em nome do rei tomou o
fora de Moura (ANTT, Chancelaria de D. Manuel I, Liv. licenciado Cristóvão Mendes, por ficar devoluto à
25, fól. 79 e 79v) e em 1520 era juiz de fora em Estremoz coroa, pelo casamento da infanta, sua donatária, com
(ib, Liv. 35, fól. 111v). Foi depois desembargador da Casa o imperador da Alemanha (ANTT, Corpo Cronológico, p.
da Suplicação (ANTT, Chancelaria de D. João III, Liv. 21, I, mç. 33, nº 60).
fól. 51v) e a 3.7.1528 teve carta de armas para Búzios e 76 Certamente o André Pires que D. João III nomeou
Pegado, por descender destas linhagens (ib, Liv. 11, fól. escrivão da fazenda real (ANTT, Chancelaria de D. João
65). Na carta de armas é referido como Doutor Gaspar III, 21, 39).
Pegado, alcaide-mor das sacas de Entre Tejo e Odiana e 77 Fernando Álvares, escrivão da câmara real (ANTT,
Campo de Ourique. Chancelaria de D. João III, Liv. 47, fól. 82) e da fazenda
74 Cortes de Torres Novas de 1525, que aprovaram, (ib, Liv. 8, fól. 154).
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