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(Donnelly, 1985). Vale a pena mencionar a tradição Natural do Direito (Simon, 1992)
que defende a existência de direitos humanos naturais (Maritain, 1971).
Desenvolvimento Sustentável
Outro conceito que se tornou popular é “o desenvolvimento sustentável”. Apesar
desta abordagem ser desenvolvida a um nível macro em vez de um nível empresarial,
exige uma importante contribuição das empresas. O termo generalizou-se em 1987, do
século passado, quando a Comissão Mundial para o Ambiente e o Desenvolvimento das
Nações Unidas publicou um relatório conhecido como “Relatório Brutland”. Este
relatório afirmou que “o desenvolvimento sustentável é aquele que satisfaz as
necessidades presentes sem comprometer a capacidade de as gerações futuras
satisfazerem as suas próprias necessidades” (Comissão Mundial para o Ambiente e o
Desenvolvimento, 1987:8). Embora este relatório inicialmente contasse apenas com o
factor ambiental, o conceito de “desenvolvimento sustentável” desde então expandiu-se
para incluir a consideração da dimensão social como sendo inseparável do
desenvolvimento. Nas palavras do Conselho Empresarial Mundial para o
Desenvolvimento Sustentável (2000:2), o desenvolvimento sustentável “requer a
integração das considerações sociais, ambientais e económicas para se fazer
julgamentos equilibrados a longo prazo”.
Inúmeras definições têm sido propostas para o desenvolvimento sustentável
(Gladwin & Kennelly, 1995:877). Apesar de que, uma análise de conteúdo das
principais definições sugere que o desenvolvimento sustentável é “um processo de
realização do desenvolvimento humano de uma forma inclusiva, conectada, equiparável,
prudente e segura” (Gladwin & Kennelly, 1995:876).
O problema surge quando a empresa tem de desenvolver os processos e
implementar estratégias para enfrentar o desafio empresarial do desenvolvimento
sustentável. Como Wheeler et al. (2003:17) afirmaram:
“a sustentabilidade é um ideal para o qual a sociedade e as
empresas podem esforçar-se continuamente, a maneira de nós
nos esforçarmos é criando valor, gerando resultados que são
consistentes com o ideal da sustentabilidade, juntamente com a
dimensões social, ambiental e económica”.
Contudo, algumas sugestões foram propostas para alcançar a sustentabilidade
ecológica empresarial (Shrivastava, 1995; Stead & Stead, 2000; entre outros). Uma
proposta pragmática é a de extender a tradicional “bottom line” que mostra a
rentabilidade global liquida para a “triple bottom line” que inclui os aspectos
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