Page 232 - As Crônicas de Nárnia - Volume Único
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procurando o caminho de volta. Será que não tem nada para matar a sede?

                        - Bebi o que tinha - disse Shasta. - Agora, mostre-me como faço para
                  sair  daqui.  Melhor  você  deitar  no  divã,  fingindo...  Ora  bolas!  Não  vai
                  adiantar nada com esse olho preto e esses machucados... O mais seguro é
                  contar a verdade para eles... depois que eu estiver bem longe.

                        - E o que você acha que eu iria dizer a eles? - perguntou o príncipe,
                  com um olho meio zangado. - Quem é você?

                        - É,  não  dá...  Acho  que  sou  um  narniano;  devo  ser  mais  ou  menos
                  nortista. Mas fui criado como calormano. Estava fugindo pelo deserto. Com
                  um cavalo falante chamado Bri. E chega! Como é que eu dou o fora?
                        - Olhe aqui: escorregue da janela para o telhado da varanda. Na ponta
                  dos pés, siga pela esquerda e suba para o alto daquele muro, se é que você é
                  mesmo bom de muro. Ande até o fim do muro. Pule então no monte de
                  lixo. É isso aí.

                        - Muito obrigado - disse Shasta, já cavalgando a janela.

                        Os dois garotos entreolharam-se e descobriram de repente que eram
                  amigos.

                        - Adeus. E boa sorte. Estou torcendo por você.

                        - Adeus. Você andou em grandes aventuras...
                        - Nada que se compare às suas... - respondeu Corin. - Devagar... - e
                  ainda sussurrou, enquanto Shasta chegava à varanda: - Espero encontrá-lo
                  em  Arquelândia.  Procure  o  rei  Luna,  meu  pai,  e  diga  que  você  é  meu
                  amigo. Cuidado! Vem alguém aí...
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