Page 237 - As Crônicas de Nárnia - Volume Único
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Mas, à medida que o sol foi subindo, subindo, e depois descendo,
descendo para o poente, sem que ninguém chegasse ou algo acontecesse,
começou a ficar mais aflito. Só então lembrou que ninguém disse por
quanto tempo esperar quando combinaram o encontro nos velhos túmulos.
Podia ficar esperando para o resto da vida! Em breve seria noite de novo,
uma noite parecida com a anterior. Mais de dez planos passaram por sua
cabeça, todos eles desconjuntados. Acabou finalmente escolhendo o pior.
Resolveu esperar até escurecer, depois retornar ao rio para roubar todos os
melões que conseguisse carregar e pôr-se em marcha para o Monte Piro,
sozinho, confiando na linha que traçara na areia. Uma idéia maluca. Mas
nunca lera um livro a respeito de viagens no deserto. Nem qualquer outro
livro.
Mas algo aconteceu antes que o sol sumisse. Estava sentado à sombra
de um túmulo quando viu dois cavalos vindo em sua direção. Seu coração
deu um pulo: eram Bri e Huin. Mas logo em seguida o coração foi parar-lhe
nos joelhos. Não havia sinal de Aravis. Os cavalos estavam sendo
conduzidos por um estranho, um homem armado, vestido com a elegância
de um escravo de estimação de família importante. Bri e Huin não vinham
mais como animais de carga, mas traziam rédeas e selas. “Uma armadilha!
Alguém torturou Aravis e ela contou tudo. Estão esperando que eu vá
correndo falar com Bri para me pegarem. Mas se não for perco a última
chance de encontrar os outros. Ah, se pudesse saber o que aconteceu!”
Escondeu-se atrás do túmulo, espreitando e tentando imaginar se
haveria algo menos perigoso a fazer.