Page 241 - As Crônicas de Nárnia - Volume Único
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- Uma idéia genial! Há um jeito de sair da cidade sem usar qualquer
                  um dos portões. O jardim do Tisroc - que ele viva para sempre! - desce até
                  a muralha do rio, e no lugar existe uma pequena porta. Só para uso da gente
                  do palácio, naturalmente... Mas, sabe, querida (aqui Lasaralina teve de dar
                  um risinho), nós quase somos gente do palácio. Palavra, foi sorte sua ter se
                  encontrado comigo. O caro Tisroc - que ele viva para sempre! - é tão bom!
                  Somos convidados ao palácio quase todos os dias... É como se fosse um
                  segundo  lar.  Gosto  tanto  dos  príncipes  todos,  das  princesas  e,  para  falar
                  sinceramente,  adoro  o  príncipe  Rabadash.  Posso  procurar  as  damas  de
                  honra a qualquer hora do dia ou da noite. Será fácil sairmos escondidas,
                  depois  de  escurecer.  Você  escapa  pela  porta  da  muralha,  pegando  uma
                  canoa. E se formos apanhadas...

                        - Tudo está perdido...

                        - Não fique nervosa, queridinha. Eu ia dizer o seguinte: mesmo que
                  sejamos  apanhadas,  todo  mundo  iria  dizer  que  foi  mais  uma  das  minhas
                  brincadeiras. Já estou ficando famosa por causa delas.

                        Ainda outro dia... foi de morrer de rir...
                        - E eu só ia dizer o seguinte: tudo estará perdido para mim.

                        - Ah, já entendi o que você quer dizer... Sabe de outro plano melhor,
                  querida?

                        Aravis não sabia:

                        -  Correremos  o  risco  do  jardim  e  da  porta  da  muralha.  Quando
                  começamos?

                        - Ah, não hoje à noite. Hoje à noite, não, francamente. Há uma grande
                  festa... Ih! Preciso fazer o meu cabelo daqui a pouquinho!... E vai ficar tudo
                  claro como se fosse dia. E assim de gente! Tem de ser amanhã à noite.
                        Más notícias para Aravis; que se haveria de fazer? O resto da tarde foi
                  de  horas  morosas,  e  Aravis  sentiu  grande  alívio  quando  Lasaralina  saiu
                  para a festa. Já estava cansada de risadinhas esfuziantes e vestidos e festas
                  maravilhosas  e  casamentos  e  noivados  e  escândalos.  Foi  dormir  cedo,  e
                  disso gostou muito: era uma delícia ter de novo uma cama com lençóis e
                  travesseiros.

                        Mais  lento  ainda  foi  o  dia  seguinte.  Lasaralina  quis  voltar  atrás  em
                  tudo que fora assentado, insistindo em dizer que Nárnia era uma terra de
                  neve  eterna,  habitada  por  demônios  e  feiticeiras.  Era  simplesmente  uma
                  loucura  ir  para  lá.  -  “Ainda  por  cima  na  companhia  de  um  pescador;
                  francamente! Pense melhor, querida. Não é nada elegante.”

                        Aravis  havia  pensado  muito  nisso,  mas  já  estava  tão  cansada  das
                  tolices  de  Lasaralina  que,  pela  primeira  vez,  começou  a  achar  que  a
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