Page 354 - As Crônicas de Nárnia - Volume Único
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– Se me lembro! E me lembro também do nosso barco, o Esplendor
                  Hialino,  com  a  cabeça  de  cisne  na  proa  e  as  longas  asas  entalhadas  que
                  chegavam quase ao meio do barco...

                         – Lembra das velas de seda? E dos grandes lampiões da popa?

                         – E das festas no convés? E dos músicos?

                         – E daquela vez em que os músicos foram tocar flauta no alto dos
                  mastros e a música parecia vir do céu?
                         Passado algum tempo, Susana tomou o lugar de Edmundo no remo, e
                  este foi sentar-se perto de Lúcia. Tinham passado a ilha e aproximavam-se
                  agora da costa arborizada e deserta. Se não se lembrassem do tempo em
                  que era aberta ao mar e

                         sempre  cheia  de  amigos,  é  possível  que  a  tivessem  achado  muito
                  bonita.

                         – Puxa! Isso acaba com um homem! – disse Pedro.

                         – Posso remar um pouquinho? – perguntou Lúcia.
                         – Os remos são grandes demais para você – foi só o que Pedro disse,

                  não  porque  estivesse  aborrecido,  mas  porque  não  podia  gastar  energia
                  falando.
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