Page 385 - As Crônicas de Nárnia - Volume Único
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possível que em tempo de paz acabasse um bom anão. A única coisa que
me consola é não saber quem de nós o matou.
– Você está perdendo sangue! – disse Pedro.
– Foi uma dentada – respondeu Caspian. – Daquela., daquela espécie
de lobo.
Levou tempo a desinfetar e a limpar a ferida. Depois Trumpkin disse:
– Pois muito bem! Antes de qualquer coisa, vamos almoçar.
– Aqui, não! – disse Pedro.
– Oh, não! – concordou Caspian com um calafrio. – Temos de
mandar retirar os corpos imediatamente.
– Que esses canalhas sejam atirados a um poço! – disse Pedro. –
Quanto ao anão, proponho que seja entregue ao seu povo, para que o
enterrem à maneira deles.
Almoçaram em outro dos escuros subterrâneos do Monte. Não foi
um almoço ideal: Caspian e Cornelius teriam preferido pastéis folheados de
faisão; Pedro e Edmundo gostariam de ovos mexidos e café bem quentinho.
E, afinal, o que coube a cada um deles foi um pedaço da carne de urso fria
(que os meninos traziam no bolso), um pedaço de queijo duro, uma cebola
e uma caneca de água. Mas, julgando pela maneira com que se atiraram à
comida, qualquer um de nós teria imaginado que saboreavam um petisco
delicioso.