Page 392 - As Crônicas de Nárnia - Volume Único
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gargalhadas pouco inteligentes a que são propensos mesmo os gigantes
mais simpáticos. O riso lembrava o ribombar do trovão. Quando Ripchip
descobriu de onde vinha o barulho, o gigante conteve-se imediatamente e
ficou sério e vermelho como um rabanete.
– Acho que será impossível – disse Pedro, falando com grande
seriedade. – Há humanos que têm medo dos ratos...
– Já notei isso, meu senhor.
– Assim sendo, não seria leal para com Miraz colocá-lo na presença
de qualquer coisa que possa fazer-lhe perder o ânimo.
– Vossa Majestade é a própria encarnação da honra – declarou o rato,
fazendo uma das suas mais rasgadas reverências. – Nesse ponto, não há
motivo para discórdia... Mas, ainda há pouco, parece que ouvi alguém
rindo... Se há alguém aqui que pretenda rir-se às minhas custas, estou à sua
disposição... quando quiser... com a minha espada!
Essa observação foi seguida por um terrível silêncio, que Pedro
quebrou, dizendo:
– O gigante Verruma, o urso e o centauro serão os nossos árbitros. O
combate terá lugar às duas horas da tarde, e o almoço será ao meio-dia em
ponto.
– Bom – disse Edmundo, quando os outros se afastavam – , acho que
está tudo em ordem. Creio que você será capaz de vencê-lo, não é?
– Veremos! – disse Pedro.