Page 430 - As Crônicas de Nárnia - Volume Único
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                                                             As ILHAS SOLITÁRIAS






                         – Terra à vista! – gritou o homem da proa.

                         Lúcia, que conversava com Rince na popa, correu escada abaixo e,
                  no  caminho,  encontrou  Edmundo.  Quando  chegaram  ao  castelo  da  proa,
                  Caspian, Ripchip e Drinian já estavam lá.

                         A manhã era fria, com o céu muito pálido e o mar azul-escuro com
                  pequenas cristas brancas de espuma. Longe, avistava-se a mais próxima das
                  Ilhas Solitárias, Felimate, como montanha verde no meio do mar, e, mais
                  longe ainda, as vertentes cinzentas de sua irmã Durne.

                         – Sempre a mesma Felimate! Sempre a mesma Durne! – exclamou
                  Lúcia,  batendo  palmas.  –  Oh,  Edmundo,  faz  tanto  tempo  que  estivemos
                  aqui!
                         –  Nunca  entendi  por  que  pertencem  a  Nárnia  –  disse  Caspian.  –
                  Foram conquistadas pelo Grande Rei Pedro?

                         – Não! – respondeu Edmundo. – Já pertenciam a Nárnia antes disso,
                  desde o tempo da Feiticeira Branca.

                         De minha parte, nunca soube por que essas ilhas afastadas passaram
                  a  pertencer  à  coroa  de  Nárnia;  se  algum  dia  souber  e  se  a  história  tiver
                  realmente interesse, hei de narrá-la em outro livro.

                         – Vamos lançar âncora aqui? – perguntou Drinian.
                         –  Acho  que  não  vale  a  pena  desembarcar  em  Felimate  –  disse
                  Edmundo. – Era quase desabitada no nosso tempo e acho que não mudou.

                  O  povo vivia  principalmente  em  Durne  e  um  pouco  em  Avra,  a  terceira
                  ilha, que não se vê daqui.
                         –  Então  teremos  de  dobrar  aquele  cabo  –  disse  Drinian  –  e
                  desembarcar em Durne. Isso quer dizer que precisamos remar.

                         –  É  uma  pena  que  não  vamos  desembarcar  em  Felimate  –  disse
                  Lúcia. – Gostaria de dar uma voltinha por lá. Era tudo tão solitário... Uma
                  solidão linda. Tudo relva, trevo e ar puro do mar.

                         –  Também  gostaria  de  mexer  as  pernas  –  disse  Caspian.  –  Tenho
                  uma  idéia:  iremos  de  bote,  e  depois  o  enviamos  de  volta;  atravessamos
                  Felimate a pé e pegamos o Peregrino do outro lado da ilha.
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