Page 581 - As Crônicas de Nárnia - Volume Único
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além, montanhas distantes, cobertas de neve. E entre eles e as montanhas
longínquas elevava-se uma pequena colina com uma chapada irregular.
– Olhem! Olhem! – gritou Jill, apontando para além da planície.
Lá, na penumbra do crepúsculo, todos viram luzes. Luzes! Não a luz
da lua, nem a luz de fogueiras, mas uma acolhedora fileira de janelas
iluminadas. Quem nunca atravessou dias e noites numa terra deserta,
dificilmente poderá saber o que eles sentiram.
– Harfang! – bradou Eustáquio, triunfante.
– Harfang! – gritou Jill, excitada.
– Harfang – repetiu Brejeiro numa entonação sombria e aborrecida. –
Mas acrescentou logo: – Oba! Gansos selvagens!
Puxou o arco do ombro num segundo e derrubou um ganso gordo.
Era tarde demais para ter a esperança de alcançar Harfang naquele dia.
Assim, comeram carne quente ao pé do fogo e entraram na noite mais
animados. Quando o fogo se extinguiu, a noite ficou fria de doer; ao
despertarem na manhã seguinte, os cobertores estavam endurecidos pela
geada.
– Não se preocupem – disse Jill, batendo os pés. – Hoje à noite tem
banho quente.