Page 671 - As Crônicas de Nárnia - Volume Único
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–  Vamos,  filho  de  uma  lesma!  Puxa,  seu  porco  preguiçoso!  –
                  gritaram os calormanos, estalando os chicotes. O cavalo já se esforçara ao
                  máximo; seus olhos estavam vermelhos e o corpo coberto de espuma.

                         –  Trabalhe,  sua  besta  molenga!  –  berrou  um  dos  calormanos,
                  açoitando selvagemente o cavalo com o chicote.

                         Aí então uma coisa terrível aconteceu.

                         Até aquele momento Tirian imaginara que os calormanos estivessem
                  usando seus próprios cavalos: animais mudos e irracionais como os cavalos
                  do nosso mundo. E, embora detestasse ver qualquer cavalo, mesmo mudo,
                  sendo  maltratado,  naquele  momento  estava  mais  preocupado  com  o
                  assassinato das árvores. Nunca lhe passara pela cabeça que alguém teria a
                  ousadia de atrelar um dos livres cavalos falantes de Nárnia, e muito menos
                  de chicoteá-lo. O cavalo, porém, ao ser atingido por aquele golpe selvagem,
                  empinou-se e soltou um grito estridente:
                         – Seu tirano idiota! Não vê que estou me esforçando ao máximo? !

                         Ao  verem  que o  cavalo era  um  dos seus  próprios  narnianos, tanto
                  Tirian  quanto  Precioso  foram  tomados  de  tamanha  fúria  que  perderam
                  totalmente  a  noção  do  que  estavam  fazendo.  A  espada  do  rei  subiu  e  o
                  corno do unicórnio desceu. Os dois avançaram de uma vez. Em questão de
                  segundos  os  dois  calormanos  jaziam  mortos  no  chão,  um  decepado  pela
                  espada  de  Tirian  e  o  outro  com  o  coração  traspassado  pelo  corno  de
                  Precioso.
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