Page 672 - As Crônicas de Nárnia - Volume Único
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SUA MAJESTADE, O MACACO
– Mestre cavalo! Mestre cavalo! — exclamou Tirian, cortando-lhe
apressadamente os arreios. – Como é que esses estranhos o escravizaram?
Houve porventura alguma batalha em Nárnia? Alguém a conquistou?
– Não, senhor – respondeu o cavalo ofegante. –Aslam está aqui. É
tudo por ordem dele. Foi ele quem mandou...
– Cuidado, senhor rei! – gritou Precioso. – Tirian levantou os olhos e
viu que, de todas as direções, começaram a aparecer calormanos e, junto
com eles, alguns animais falantes. Como os dois homens tinham morrido
sem dar um único grito, algum tempo se passou antes que os outros
percebessem o que havia acontecido. Mas agora já sabiam. A maioria deles
já vinha com a cimitarra desembainhada.
– Rápido! Em minhas costas! – gritou Precioso.
O rei montou de um salto o velho amigo, que se virou e partiu a
galope. Assim que se viram fora das vistas dos inimigos, mudaram de
direção umas duas ou três vezes. Depois de atravessarem um riacho,
Precioso gritou, sem diminuir a velocidade:
– E agora, senhor, para onde vamos? Para Cair Paravel?
– Agüente firme aí, amigo, que vou descer –disse Tirian,
escorregando do lombo do unicórnio e colocando-se frente a frente com
ele.
– Precioso – disse o rei –, o que fizemos foi terrível!
– Fomos cruelmente provocados, senhor – replicou o unicórnio.
– Mas atacá-los desprevenidos... Sem desafiá-los... E, ainda por
cima, desarmados... Que vergonha! Somos dois assassinos, Precioso. Estou
desonrado para sempre.
Precioso baixou a cabeça. Ele também estava envergonhado.
– E o cavalo disse que eram ordens de Aslam – continuou o rei. – E o
rato disse a mesma coisa. Todo mundo diz que Aslam está por aqui. E se
for verdade?
– Mas, senhor, como é que Aslam iria dar ordens tão terríveis?