Page 698 - As Crônicas de Nárnia - Volume Único
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– Pela Juba do Leão! – exclamou. – Devo estar ficando retardado.
Encontrá-los? Mas é claro que vamos encontrá-los! Agora podemos
encontrar qualquer pessoa. Temos conosco este asno para lhes mostrar.
Eles precisam ver a coisa que tanto temeram e a quem reverenciaram.
Podemos contar-lhes a verdade sobre a vil trapaça do macaco. Descobrimos
o segredo dele. Agora as coisas mudaram. Amanhã mesmo vamos pendurar
aquele macaco na árvore mais alta de Nárnia. Chega de cochichos, covardia
e disfarces. Onde estão esses simpáticos anões? Temos boas-novas para
eles!
Quando a gente passa horas e horas cochichando, o simples fato de
alguém falar em voz alta tem um efeito incrivelmente animador. A turma
inteira começou a conversar e a rir; até Confuso ergueu a cabeça e soltou
um comprido zurro, coisa que o macaco não lhe permitira fazer havia muito
tempo. Então seguiram na direção dos tambores. O barulho foi ficando
cada vez mais forte e logo enxergaram também luzes de tochas. Foram dar
numa dessas estradas esburacadas (se fosse na Inglaterra, dificilmente se
chamaria aquilo de estrada) que levam ao Ermo do Lampião. E ali,
marchando pesadamente caminho afora, vinham cerca de trinta anões,
todos carregando no ombro suas enxadinhas e picaretas. Dois calormanos
armados comandavam a fila e dois outros guardavam a retaguarda.
– Parem! – bradou Tirian, ao sair na estrada. – Parem, soldados! Para
onde estão levando esses anões narnianos, e por ordem de quem?