Page 726 - As Crônicas de Nárnia - Volume Único
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Eu, prazerosamente, morreria mil mortes só para poder ver uma única vez a
face de Tash.
– És um grande tolo e nada entendes – disse Rishda Tarcaã. – Isso é
uma coisa muito séria.
O rosto de Emeth tornou-se ainda mais grave.
– Então não é verdade que Tash e Aslam são um só? Quer dizer que
o macaco mentiu para nós?
– É claro que os dois são um só! – interveio o macaco.
– Jura, macaco – falou Emeth.
– Oh, céus! – soluçou Manhoso. – Por que é que vocês não param de
me importunar? Estou morrendo de dor de cabeça! Está bem, eu juro, eu
juro.
– Neste caso, meu pai – disse Emeth –, estou definitivamente
decidido a entrar.
– Idiota... – começou a dizer Rishda, mas foi interrompido pelos
anões, que começaram a berrar de uma vez:
– Vamos lá, moreno! Por que não deixa ele entrar?
Por que os narnianos podem entrar e a sua gente tem de ficar de
fora? O que é que tem lá dentro que você não quer que seus próprios
homens encontrem?
Tirian e seus amigos só conseguiam ver as costas de Rishda, por isso
não tinham a menor idéia de qual era a expressão do seu rosto quando
sacudiu os ombros, dizendo: “Sejam todos testemunhas de que não sou
culpado do sangue deste jovem tolo. Vá lá, menino imprudente, entra. E
depressa!”
Então, da mesma forma que Ruivo, Emeth saiu andando em direção
ao gramado que separava a fogueira do estábulo. Tinha os olhos brilhantes,
o rosto solene, a mão pousada no punho da espada e a cabeça erguida. Jill
quase chorou ao olhar para o rosto dele. Precioso sussurrou ao ouvido do
rei:
– Pela Juba do Leão! Eu quase chego a amar este jovem guerreiro
calormano. Ele é digno de um deus melhor do que Tash.
– Eu realmente gostaria de saber o que existe lá dentro – disse
Eustáquio.
Emeth abriu a porta e penetrou na boca negra do estábulo, fechando
a porta atrás de si. Passaram-se apenas alguns minutos (mas pareceu muito
mais) antes que a porta se abrisse novamente. Uma figura trajada com