Page 29 - PMVAP (Seduc - Presidente Prudente, SP)
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Educação
pensamentos e sentimentos, tanto negativos como positivos, podendo falar sobre a
pandemia da COVID-19, sendo ouvidas sobretudo nos primeiros encontros.
O momento da escuta não tem o objetivo de ser terapêutico, não se aprofunda
em questões individuais, pois esta não é a função do profissional da educação. O objetivo
é permitir a expressão, desenvolver a empatia pelo outro e não anular o que a criança
vivenciou e deseja compartilhar, possibilitando o desenvolvimento socioemocional. Nesse
sentido, o profissional deve evitar a indução de falas, não forçar a criança a falar, mas
acolher o que ela deseja expressar.
Os conteúdos escolares precisam ser interpelados pela realidade vivida da
pandemia do coronavírus, dando assim significado ao que é trabalhado em sala de aula.
Além de atividades voltadas para o aprendizado de arte, literatura, contação de
histórias e brincadeiras, proporcionar um espaço para ouvir as crianças e permitir
que elas falem sobre sentimentos, medos e dúvidas é um cuidado de saúde mental
importante para o momento e também para que cada um desenvolva habilidades
e seja competente no ambiente social (MARTINS, 2020, p. 7).
Neste momento, faz-se necessário que a escola intensifique o trabalho com as
competências socioemocionais, inserindo temáticas como: a Comunicação Não Violenta
(CNV); as Habilidades Sociais; a Cultura da Paz; Resiliência; Adaptabilidade; Confiança;
Tolerância ao estresse e à frustração; entre outras que auxiliem as crianças com a
interação social e com as mediações de conflitos.
Sabendo que a escola poderá receber estudantes marcados pelo luto, pelas
dificuldades financeiras das famílias e pela dificuldade de seguir novos hábitos por conta
da pandemia, o compartilhamento de informações precisas e padronizadas, como os
protocolos, pode promover estratégias de autocuidado e deve ser levado em consideração
no planejamento do acolhimento.
Se a máscara no rosto esconderá o sorriso e possíveis feições de alegria e
compaixão, os olhos dos educadores terão de ser mais expressivos e
comunicativos. Se os abraços precisarão ser evitados, o diálogo necessitará ser
ainda mais potente. (FAJARDO, 2020, p. 1).
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