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Educação





                             Certamente,  o  momento  de  retorno  às aulas  pode  ser  marcado  por  muitas
                  dificuldades, mas a falta do toque é uma das mais complexas. O toque tem uma conotação

                  muito afetiva em nosso contexto cultural e as crianças muitas vezes sentem falta do contato
                  físico. Portanto, é preciso muita sensibilidade e criatividade para expressar a afetividade e
                  para perceber quem precisa muito desse cuidado diferenciado.


                             A comunidade  escolar necessita refletir, criar  e adequar estratégias que
                  auxiliem as crianças nos momentos em que apresentarem dificuldades em lidar com a
                  ausência do toque, buscando novas práticas de afeto e interação, como, por exemplo: um

                  abraço simbólico; cumprimentos personalizados; um objeto representativo; utilização da
                  Linguagem Brasileira de Sinais (LIBRAS); recursos audiovisuais e lúdicos; entre outros.

                             A ludicidade cria um  ambiente mais leve  e receptivo, pois  se serve  da

                  criatividade ao fazer uso de brinquedos, objetos e brincadeiras, proporcionando interação
                  entre as crianças  e evitando o toque.  Os  recursos lúdicos  podem  ser construídos  em

                  conjunto, com orientação e auxílio, se necessários, ou por meio de objetos individuais – os
                  da escola ou os da criança, a depender da realidade de cada unidade escolar  –,
                  incentivando a criatividade e a imaginação da criança a partir dos jogos de faz de conta e

                  dos jogos de papéis, além de outras estratégias. As atividades podem, inclusive, ocorrer
                  em espaços abertos  de forma que estimulem a  expressão  corporal, gestual  ou por
                  palavras, incentivando a compreensão e a interpretação dessas expressões.


                             Nesse  momento,  é  imprescindível  que se  evitem  os  rótulos,  que  se  evitem
                  velhos jargões, proporcionando liberdade de expressão e de escuta atenta. Estar atento

                  não  somente  às falas, mas também ao conjunto simbólico  de  gestos,  brincadeiras  e
                  comportamentos das  crianças durante  os encontros. Escutar as crianças  no silêncio,
                  escutá-las nas brincadeiras, nas angústias que vão ser representadas por agressividades,

                  gritos, choros ou até pelo próprio silêncio. É a escuta como metáfora da disponibilidade e
                  da sensibilidade: escutar e ser escutado.







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