Page 122 - Processos e práticas de ensino-aprendizagem
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Seminários e Eventos de Iniciação Científica, foram determinantes para meu diferencial
               de formação e para as escolhas futuras que viria a fazer.

                      Paulo Freire (1996), tem uma afirmação muito precisa, diz ele: “ninguém começa
               a ser professor numa certa terça-feira às 4 horas da tarde... Ninguém nasce professor ou

               marcado para ser professor. A gente se forma como educador permanentemente na
               prática  e  na  reflexão  sobre  a  prática”.  Essa  premissa,  marcou  meus  anos  iniciais  de

               professora em formação. Lendo Freire, debatendo nas aulas na UFPR, aprofundando as
               análises  e  pesquisas,  fui  me  tornando  professora/pedagoga.  Praticando,  errando  e

               acertando,  inovando,  ou  fazendo  inicialmente  como  imaginava  que  devia  fazer,
               estudando, refletindo sobre o que estava fazendo, avaliando o que dava certo e o que

               não dava!!! Assim, no ano de 2005 me formei em Pedagogia pela UFPR.
                      Gosto da definição da palavra trajetória, esse conceito emprestado da física, que

               expressa  o  “caminho  percorrido  por  um  corpo  ou  partícula  em  movimento”,  e
               movimento é vida. Narrar a minha trajetória profissional é falar sobre o que me põe em

               movimento.  Como diria  o  poeta,  é  falar  sobre  aquilo que  nos  tira da  cama  todas  as
               manhãs, é falar de buscas, motivações, sonhos e expectativas. É falar de um processo

               em construção, sem nunca estar pronto e acabado.
                      Para Souza (2007, p. 67) narrar é enunciar uma experiência particular refletida

               sobre a qual construímos um sentido e damos um significado. Garimpamos em nossa
               memória, consciente ou inconscientemente, aquilo que deve ser dito e o que deve ser

               calado. E Souza, diz mais: “na história de vida, diferente do depoimento, quem decide o
               que deve ou não ser contado é o ator, a partir da narrativa da sua vida, não exercendo

               papel importante à cronologia dos acontecimentos e sim o percurso vivido pelo sujeito”.
                      Concluída a faculdade, sempre vi que o prêmio por se formar, foi perder o estágio

               remunerado,  acabar  a  bolsa  de  pesquisa,  e  ficar  desempregada.  Época  difícil  para
               recém-formados!!!  Expectativas  de  concurso  público  que  demorou  um  pouco  até

               concluir a seleção, assim comecei a trabalhar com a Educação à Distância, como tutora
               de orientação no curso de Pedagogia EaD, numa empresa privada, na cidade da Lapa,

               distante, uns 80 km de Curitiba. Para chegar ao trabalho às 8 horas da manhã, saía às 06
               da manhã de casa, e chegava também cerca de duas horas depois do expediente, ou

               seja, vivia praticamente para trabalhar.
                      Ainda  bem  que  não  demorou  muito  fui  convocada  pelo  concurso  público  da

               Secretaria de Educação do Estado do Paraná. No primeiro momento não sabia se aquilo

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                       PROCESSOS E PRÁTICAS DE ENSINO-APRENDIZAGEM: HISTÓRIAS DE VIDA E DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES
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