Page 18 - Processos e práticas de ensino-aprendizagem
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algumas caronas, pois a faculdade era afastada da cidade, quando acabou meu contrato
de estágio, mas isso foi por um período curto.
Acredito que o maior contato com a pesquisa que tivemos foi durante os estágios
obrigatórios. A professora era muito competente em seu trabalho. Tínhamos que
elaborar relatórios com fundamentação teórica e certa vez fizemos entrevistas com
pedagogas sobre o letramento. Foi uma das primeiras análises qualitativas que fiz na vida,
mesmo sem ter noção de que se tratava disso. Gostei muito de fazer aquele trabalho e
talvez isso tenha me encaminhado para a pesquisa. Gostava muito dos estágios.
Lembro do primeiro ano de estágio na Educação Infantil. Trabalhamos com a
psicomotricidade. Fizemos crachás e muitos materiais. Uma das aulas que preparamos
foi um passeio na floresta, então fizemos alguns animais, rio, árvore e pedra para
representar um caminho. A instituição onde estávamos fazendo o estágio era longe de
casa. No dia que estávamos levando esse material estava ventando muito e o jacaré de
isopor se quebrou e voou longe. Tivemos que fazer outro. No segundo estágio
trabalhamos com os anos iniciais, vinculando práticas para a educação inclusiva.
Trabalhamos com um aluno com baixa visão. Foi um trabalho muito gratificante e pensei
em seguir na área de reeducação visual, mas por ter ido para outros caminhos isso ficou
para trás. Também fizemos estágio na EJA e na EaD.
No final do último ano eu e minha irmã fomos convidadas para uma entrevista de
trabalho na mesma faculdade onde estudávamos. Ficamos muito lisonjeadas, pois não
tínhamos sequer finalizado a graduação. Era um trabalho com a Educação a Distância,
como Webtutora. Fizemos a entrevista e somente no ano seguinte, em março de 2010,
é que fomos chamadas efetivamente para iniciar o trabalho. Tudo pareceu valer à pena
naquele momento. Todo esforço que tínhamos feito para terminar a graduação
começava a ser recompensado. Era um trabalho totalmente diferente do que já tinha
feito e aprendi muito com ele.
No início trabalhava na sede da faculdade, que ficava na mesma cidade onde
morava. Cumpria as 8 horas diárias de forma presencial. Corrigia avaliações discursivas
e relatórios de estágio. Respondia fóruns e webtutorias. Era um trabalho bom e
gratificante, pois estava contribuindo com a formação de futuros professores. Após dois
anos de trabalho presencial fui pedir demissão, pois estava de casamento marcado e
mudaria de cidade. Quando conversei com a chefe do meu setor ela pediu que eu
esperasse, pois iria tentar uma forma de trabalho home office, que já vinha sendo
discutida na empresa, mas que ainda não tinha previsão para começo. E no dia do
casamento ela ligou para dizer que tinha dado certo e eu poderia continuar trabalhando
em casa. Foi uma experiência nova e de muito aprendizado. Fazia o mesmo trabalho e
tinha contato frequente com a equipe de trabalho. Recebia as tarefas e as executava nos
prazos estabelecidos. Trabalhei com disciplinas dos cursos de Pedagogia e Geografia.
No novo modelo de trabalho eu não precisava cumprir um horário fixo, podia
cumprir minha carga horária nos horários que fossem mais adequados à minha rotina.
De início trabalhei sempre as 8 horas diárias durante o horário comercial (8 às 17 horas).
Fiz isso por um ano e meio mais ou menos, quando surgiu a oportunidade de fazer um
concurso na cidade de Ponta Grossa. Eu morava em Castro na época. Fiz o concurso para
professora da Educação Infantil e passei. Como fiquei bem colocada fui chamada logo.
Em agosto de 2013 iniciei o trabalho como professora em um Centro Municipal de
Educação Infantil. Mantive os dois empregos por um ano mais ou menos, quando decidi
deixar o concurso e tentar um Mestrado. Já havia feito uma prova na UEPG e não havia
passado. Desta vez iria tentar na UTFPR.
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PROCESSOS E PRÁTICAS DE ENSINO-APRENDIZAGEM: HISTÓRIAS DE VIDA E DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES