Page 54 - Processos e práticas de ensino-aprendizagem
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acredito para ser uma semente de esperança no mundo, um revolucionário da paz e
amor, e buscando sempre a evolução pessoal em todos os áreas da minha vida.
Anos mais tarde, meu pai numa fala bem engasgada me falou quão orgulhoso ele
estava de ver o homem que me tornei e reconheceu que tudo foi graças a minha mãe
que desempenhou um papel brilhante de mãe e pai ao mesmo tempo. Mas isso teve um
preço, ela viveu para mim, renunciou muitas coisas para ela mesma. Viveu para
certificar-se de que eu pudesse ser uma criança feliz, sem muitos luxos e nem
guloseimas, pois o dinheiro era curto, mas sempre fazíamos umas peripécias em uma
vez no mês de ir no Mc Donald’s, comer o mclanche feliz e de sobremesa uma casquinha.
Esses momentos eu guardo com muito zelo na minha memória.
Num certo dia desse “ilustre jantar” um menino de rua pedia um lanche na porta
da lanchonete, eu sem entender a razão dele estar ali, mas minha mãe entendeu e doeu
nela, provavelmente ela pensou consigo mesma que poderia ser o filho dela naquela
situação. Trouxe o menino para dentro do salão da lanchonete, pagou um cheeseburger
e refrigerante para ele e o pediu para que ele se sentasse conosco. Isso me marcou muito
e me emociono até hoje ao lembrar dessa cena, no caminho para casa ela me disse:
“Filho, estude sempre, nunca pare de estudar para que você não precise ficar na porta
do Mc Donald’s pedindo o que comer.”
Nascido do boom dos anos 90, só ouvia falar sobre a revolução tecnológica que
estava acontecendo no mundo pela televisão, o subúrbio não tinha o privilégio de tocar
na tecnologia, só ver pelo noticiário. Anos mais tarde, minha mãe me inscreveu num
curso básico de computação e fiquei maravilhado com aquela caixa branca, igual uma
televisão que substituíra a máquina de escrever, e digitar parecia um calvário, como
dizem “catando milho” no teclado. Não gostei muito do curso pois era muito longe da
minha realidade infantil, mas minha mãe me obrigou a fazê-lo, ela dizia isso que iria me
ser útil no futuro: “Vai fazer o curso sim e terminar com boas notas”. Como visionária que
era, hoje eu agradeço a insistência dela em me obrigar a fazer aquele curso básico de
computação do pacote Windows 98 ( word, excel e powerpoint).
Dividia o curso com as atividades esportivas, essas assim amava. Existia uma
centro esportivo que oferecia aulas de esporte gratuitamente para crianças e
adolescentes no bairro, era um pouco distante, tinha que pegar ônibus para chegar,
quando os motoristas não deixavam entrar sem pagar a passagem encarávamos uma
hora e alguns minutinhos de caminhava, dizíamos que o aquecimento começava ali. Mas
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PROCESSOS E PRÁTICAS DE ENSINO-APRENDIZAGEM: HISTÓRIAS DE VIDA E DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES