Page 87 - ASAS PARA O BRASIL
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Eu era o “gringo” explorado e me queixar não teria servido para nada.
Na época, um voo da Varig saía todas as semanas de Milão com
destino Fortaleza para os nossos amigos italianos que compravam em
catálogo “pacotes de descontração amorosa”; uma semana de
“descoberta tropical”. Em caso de insatisfação, o pacote incluía uma
possível troca da acompanhante.
O Estado do Ceará era conhecido pelo seu turismo sexual e seus sicários
chamados de pistoleiros. Eles trabalhavam mais durante o fim de semana,
o que alimentava os programas de notícias da segunda feira de manhã.
Em média em Fortaleza, havia uns vinte assassinatos por fim de semana.
Eu sou contra o turismo sexual, mas não sou nenhum professor de virtude.
Eu evitava então qualquer contato com esses turistas cujo comportamento
predador me repugnava. Vários turistas estrangeiros “gringos” morreram
assassinados por causa de histórias sexuais sórdidas.
A televisão local alimentava a sua audiência várias vezes por dia, nunca se
esquecendo de mencionar a nacionalidade dos defuntos, como se não
tivessem nada que lamentar sobre a organização dessa prostituição local
ligada ao turismo. É melhor varrer diante da sua porta antes de dizer que a
malvinha do exterior.
As grandes manobras indispensáveis para as obras começaram na fazenda.
Havíamos limpado a grande alameda desde a entrada, o que criou
posteriormente numerosos litígios surgidos da indiviso.
Ante de 1995 Em 2010
Após arrancar um acordo com os outros dois proprietários e ter consultado
o “legionário Sérgio”, eu decidia começar a construção de uma casinha de
150 a 200 m² na entrada da propriedade.