Page 88 - ASAS PARA O BRASIL
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Foi laborioso, eu não tinha nenhum conhecimento de regras de construção
e menos ainda de arquitetura.
Os marceneiros pretendiam saber tudo e só pensavam em tirar de mim o
máximo de dinheiro.
Os prazos nunca eram respeitados e os orçamentos menos ainda. Eu tive
falta de sorte também porque o Brasil tinha acabado de adotar a paridade
dólar e real e o franco perdeu muito valor no câmbio.
Como eu quis aprender a usar a bolsa de valores, um suposto amigo
financista que morava em Nice e que soube que eu ia deixar a França, nem
me disse que o meu dinheiro tinha sumido com a crise.
Que banana! Quando eu penso que ele ainda tinha a cara de pau de pedir
para ficar na minha casa quando vinha a Paris.
Agora que eu tinha a intenção de deixar a França, só me sobravam as
lágrimas nos olhos para chorar o meu passado.
CAPÍTULO XII
Eliane
Um dia, ao ir às compras em Cascavel, eu vi de longe no mercado de carne,
uma bela loira com cabelos cacheados.
No começo, achei que fosse uma Escandinava. Chegando mais perto para
contemplá-la, eu notei que a sua morfologia, seu rosto era mais parecido
com o de uma índia, mas de pele clara, olhos marrons, brilhantes e mãos
grandes e finas como as de uma pianista.