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dentro da rede social, sem que o Facebook perca um único usuário/cliente. E é sobre isso
que também precisamos refletir.
Assim como Kalu, minha amiga também retirou o álbum de fotos, chocada, e seguiu sob o
império da Microsoft. E, possivelmente, se me acontecesse algo semelhante, eu faria o
mesmo. Porque preciso usar a rede e não tenho escolha. De fato, sem nenhum direito de
defesa ou julgamento, se não acatarmos que o banho do bebê ou a amamentação é pedofilia
— porque é isso que aceitamos como verdade ao retirarmos as imagens da internet —,
somos banidos do mundo. Como párias.
É assim que chegamos a desfechos do reino do absurdo: uma das jornalistas mais atuantes
na área da proteção dos direitos da infância e da adolescência é obrigada a eliminar um
álbum virtual de acesso restrito porque há nele a foto de pais dando banho em seu bebê;
uma mãe amorosa tem a foto na qual amamenta seu filho retirada da rede social da qual
participa. Tudo em nome do bem. E, claro, como muito do que nos tem sido impingido nos
últimos anos, com a melhor das intenções.
Até o final do século 20, essa era uma realidade que só havíamos vislumbrado pela ficção.
Agora, o futuro chegou. Não há respostas nem soluções fáceis para os impasses
apresentados pelo novo mundo. Mas acho que é preciso ouvir a sirene e acordar.
16 de maio de 2011
Se a Amazônia é nossa,
por que não cuidamos
dela?
Um amigo me procurou tempos atrás porque queria usar suas férias para conhecer a
Amazônia. Não as capitais, nem os hotéis engana-turistas, com seus macacos amestrados,
pesca de piranhas e índios contratados para fazer dancinhas. Mas a floresta — e o povo da
floresta. Expliquei a ele que não existe uma Amazônia, mas muitas, e que uma vida não basta
para conhecê-las. Mas, se ele quisesse ter um contato real, precisaria sair do turismo